Hebert Conceição faz história no boxe brasileiro nas Olimpíadas de Tóquio

Hebert Wilian Carvalho da Conceição Sousa, pugilista de 23 anos, carrega junto das luvas o melhor do tradicional boxe da Bahia: fez carreira na Academia Champion, localizada na capital, diante da orientação de Luiz Dórea, um dos mais renomados formadores de pugilistas no Brasil, tal qual Popó e Robson Conceição — a quem admira, mas não é parente, apesar do sobrenome em comum. No futebol, é torcedor do Esporte Clube Bahia.

Foi medalhista de ouro nas Olímpiadas de Tóquio 2020, na categoria até 75 kg, nocauteando o ucraniano Oleksandr Khyzhniak (que não perdia há 62 lutas) no terceiro round, após ter perdido os dois primeiros rounds por unanimidade.

Hebert estreou internacionalmente no Campeonato Mundial de Boxe Amador em 2019 em Ecaterimburgo, onde já se destacou com a conquista da medalha de bronze de sua categoria: peso médio. Ele também foi classificado para os Jogos Olímpicos de Verão de 2020 em Tóquio.

Nascido em Salvador e seis vezes campeão nacional, o caçula de três irmãs mais velhas ingressou na seleção brasileira aos 19 anos e soma medalhas de bronze nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba-2018 e no Mundial do ano seguinte, e prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019.

Luisão e Marquinhos foram o seus tutores na caminhada rumo ao profissionalismo. Após muito trabalho árduo e resultados expressivos em solo nacional, cavou uma vaga na seleção brasileira de boxe após a Olimpíada do Rio, em 2016.

Conceição é tricampeão brasileiro de boxe no campeonato Elite, evento que é considerado o mais importante do país. Ele faturou as edições de 2017, 2018 e 2020 lutando na categoria peso-médio (até 75kg).

Ele ajudou o boxe do Brasil a ter a melhor campanha já realizada, superando os três pódios de Londres-2012, com a prata de Esquiva Falcão (médios) e bronzes de Yamaguchi Falcão (meio-pesado) e Adriana Araújo (leve). Antes deles, apenas Servílio de Oliveira havia ganhado um bronze na Cidade do México-1968. 

O baiano explica a escolha da música Madiba, do Olodum, para ir ao ringue, ressaltando a representação negra e o fato de ser um jovem humilde de Salvador, na Bahia.

“Representa muita coisa, eu que sou um menino humilde, que vim de Salvador, uma cidade muito carente também, o estado mais negro do Brasil é a Bahia, então eu sou oriundo dessa raça, da raça negra, mas da raça humana, eu represento a todos, não só os negros, mas os brancos, os pardos, os índios e essa música também e um hino muito lindo, me inspira muito porque eu sou um cara batalhador, eu batalhei muito para chegar onde cheguei e agora é desfrutar e agradecer”, conclui.

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