Canoísta baiano Isaquias Queiroz entra na galeria dos gigantes da história olímpica brasileira

Ao conquistar a medalha de ouro na prova do C1 1000m da canoagem velocidade, com o tempo de 4m04s408, na Olimpíada de Tóquio, Isaquias Queiroz, baiano de 27 anos, que é o atual campeão mundial da distância, reafirmou sua condição de ícone da elite internacional da modalidade. Ele iguala a marca de Serginho e Gustavo Borges e tem o objetivo de se tornar o brasileiro com mais conquistas em Olimpíadas.

– Tô meio que aéreo ainda… É diferente ganhar uma medalha de ouro. Estou feliz, mas estou mais feliz por estar deixando vocês no Brasil mais felizes (…). É um trabalho longo, de uma vida inteira. Larguei tudo na minha vida para me dedicar ao esporte, não só eu, mas minha esposa também. Minha mãe passou por muita coisa na vida e hoje está vendo o filho medalhista de ouro, dedico a ela também essa medalha – disse Isaquias.

Agora, o brasileiro soma quatro medalhas olímpicas em sua carreira (o ouro de Tóquio e duas pratas e um bronze da Rio 2016). Foi o único brasileiro em toda a história a conquistar três metais em uma única edição do megaevento. Ele também ostenta 12 pódios em Campeonatos Mundiais (dos quais seis ouros) e quatro em Jogos Pan-Americanos (três ouros).

Atleta do Flamengo, ele treina há sete anos em Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, sob o comando de Lauro de Souza Júnior, o Pinda. Talentoso desde a adolescência, quando foi descoberto ainda em Ubaitaba, sua cidade natal na Bahia, Isaquias acabou lapidado pelo lendário técnico espanhol Jesus Morlán, que conquistou várias medalhas olímpicas na canoagem velocidade como orientador do compatriota David Cal.

Morlán assumiu a seleção brasileira em 2013 e, dali em diante, Isaquias se tornou um dos maiores canoístas do mundo. O espanhol morreu em 2018 depois de travar uma luta de dois anos com um câncer no cérebro.

Na véspera da final, ele disse que queria uma medalha para honrar a memória do antigo mestre.

– Jesus foi um cara que mudou a a trajetória da canoagem do Brasil. Um cara que merece todo elogio por todas as conquistas que teve e pelo que estava fazendo mesmo com o tratamento do câncer. Para mim, é uma honra poder remar aqui e tentar mostrar para o Brasil que o trabalho dele segue, que podemos mostrar à família dele que levamos o nome do Jesus mesmo ele não estando mais fisicamente aqui. Meu objetivo agora é ganhar essa medalha de ouro para dedicar a ele – disse.

Com esse pódio em Tóquio, Isaquias entra definitivamente na galeria dos gigantes da história olímpica brasileira.

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