Intervenções na região da Lagoa Grande transformam a vida de milhares de feirenses
Maior intervenção urbanística realizada na história de Feira de Santana, a requalificação da Lagoa Grande, a 109 quilômetros de Salvador, mudou completamente a realidade de milhares de pessoas que moram na região. Desde o início das obras, o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), já realizou a limpeza, dragagem e urbanização da lagoa, a implantação da rede de esgotamento sanitário em diversas ruas no entorno, assim como melhorias na infraestrutura das vias e nas unidades habitacionais. Os serviços continuam, e a última etapa do projeto, que inclui obras de microdrenagem, de saneamento e de tratamento de esgoto, está prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2022.
“É uma obra realmente de características singulares. O Governo do Estado entregou cerca de 612 habitações, além de toda recuperação do espelho d’água dessa lagoa, cerca de 190 mil metros quadrados e toda urbanização dessa área, parte de caminhos, passeios, ligação domiciliares. Ao final da obra, cerca de 120 ruas terão sido contempladas com sete mil ligações de esgoto”, afirma o diretor de Habitação e Urbanização da Conder, Maurício Mathias.
A dona de casa Neuza Brandão lembra bem como era a realidade de quem vivia na região. “Aqui não era lugar digno para ninguém morar. Só morava aqui quem realmente não tinha jeito, não tinha condições de pagar um aluguel. A gente não tinha água, não tinha nada, não podia sair de casa que era tanta coisa ruim. Hoje está um paraíso. As crianças podem brincar, tem lazer, tem esse contato com a natureza maravilhoso. Hoje é um privilégio morar aqui.”
Ao todo, a área de intervenção do projeto tem mais de um milhão de metros quadrados para atender toda a Bacia da Lagoa Grande. Além das obras de requalificação sanitária, a população foi beneficiada ainda com a construção de um centro comunitário, creche, posto de saúde, galpão para reciclagem de resíduos sólidos e um centro comercial.
Etapas I e II
O projeto foi dividido em quatro etapas. As duas primeiras compreenderam a implantação de 612 unidades habitacionais no Núcleo Habitacional Conceição para famílias que viviam em condições precárias e com irregularidade fundiária, em casas em local inadequado e insalubres, com ausência de infraestrutura. Além de poder morar em imóveis com toda infraestrutura urbana, com água tratada, esgoto, iluminação pública, drenagem e pavimentação, os beneficiados receberam a regularização fundiária, para garantir a segurança jurídica, a partir da emissão sem custo da documentação do imóvel. Também foram utilizados recursos na ordem de R$ 4,4 milhões em indenizações para as famílias que residiam na poligonal do projeto que precisaram ser realocadas.
Etapa III
Na Etapa III foram executados os serviços no espelho d’água da lagoa e no seu entorno, contemplando a limpeza e a remoção de resíduos poluentes, a urbanização do entorno, com a construção de áreas de vivência públicas e a execução da macrodrenagem, responsável pela captação das águas pluviais acumuladas pelas contribuições dos bairros circundantes (canais de macrodrenagem), assim como dos componentes hidráulicos responsáveis pelo controle de vazão e pela emissão da água para o corpo hídrico correspondente (vertedouro e galeria, respectivamente).
A lagoa abriga espécies da fauna e da flora típicas da segunda maior cidade baiana, conhecida como Princesa do Sertão, e se tornou, após a revitalização, o novo cartão postal da região. A área é agora um centro de lazer ideal para a prática esportiva, reunindo pista de cooper, ciclovia, campo de futebol, quadras poliesportivas, academias ao ar livre e parques infantis.
A limpeza do espelho d’água foi realizada, com a retirada da vegetação que se prolifera em ambientes insalubres e de toneladas do material orgânico acumulado no solo. Quem frequenta o local já percebe a melhoria com a qualidade do ambiente e a lagoa cada vez mais revitalizada.
Etapa IV
O projeto ainda contempla a implantação do sistema de esgotamento sanitário nos bairros adjacentes, que vão deixar de contribuir para a poluição da lagoa. Estão previstas em todo o projeto sete mil ligações domiciliares, sendo que deste total 50% já foi executado. São 11 mil metros lineares de rede coletora de esgoto. Após a finalização desta etapa, as ruas recebem novo pavimento.
A etapa IV foi dividida em três partes. A primeira foi concluída com a implantação da rede de esgoto em 3.620 residências. Além disso, foram executados os principais componentes do sistema de esgotamento sanitário, interceptores, coletores tronco, duas estações elevatórias e o emissário.
Na fase seguinte, já concluída em março deste ano, foi implementado o sistema de operação das estações elevatória com a implantação dos conjuntos motobomba e quadros de automação. A Embasa já iniciou a operacionalização do sistema com a coleta do esgoto, para as residências que já possuem ligações domiciliares.
A última etapa, em curso, contempla a implantação das redes coletoras e ligações domiciliares restantes para atender todas as residências da localidade, totalizando, ao fim do projeto, aproximadamente 7 mil habitações atendidas. Na conclusão da obra, todas as residências inseridas na poligonal serão atendidas pela coleta de esgoto doméstico, que é a função do sistema de esgotamento sanitário que está sendo implantado pela Conder, diferentemente, do sistema de drenagem urbana, que não faz parte do escopo de trabalho da companhia.
Ação social
Na Conder, os projetos de urbanização integrada levam em conta não só os aspectos da obra propriamente dita, mas as dimensões social e ambiental. Em Lagoa Grande, além da ausência de infraestrutura urbana e saneamento básico, foi identificada a necessidade de melhoria nas condições sociais, ambientais e econômicas da comunidade.
Por meio do Projeto Integrado de Desenvolvimento Sócio-Ambiental (PIDSA), a equipe do Social planeja e desenvolve ações para mobilizar a comunidade, estimular a sua participação em todo o processo, antes do início das obras, no decorrer da execução dos serviços e no momento da pós-ocupação, já nas novas unidades habitacionais. Além disso, são oferecidos cursos de qualificação para a melhoria da renda dessas famílias e também para a sensibilização sobre a importância da preservação ambiental da área.