Documentário “Descarte” estreia no Amazon Prime Video

Incomodado com os efeitos públicos da gestão do lixo, inclusive em sua vida privada, Leonardo Brant apresenta em DESCARTE, seu novo documentário produzido pela Deusdará Filmes, histórias inspiradoras e educativas sobre como se pode dar novos destinos a tudo o que é consumido. O filme, que foi lançado no início de 2021, chega ao Amazon Prime Vídeo a partir de 25 de fevereiro, quinta-feira.

DESCARTE é apresentado a partir do trabalho de sete artistas, designers e artesãos que transformam materiais recicláveis com inovação e sensibilidade. No documentário, enquanto falam sobre seus processos criativos e as relações com os resíduos, os sete personagens aparecem confeccionando seus produtos e objetos. O filme também apresenta depoimentos e entrevistas de 21 especialistas, ativistas e gestores de resíduos, abordando temas, como a relação do lixo com as cidades, habitat, civilização, lixões e catadores.

Rodado durante a quarentena em filmagens presenciais e remotas, e com a utilização de três câmeras diferentes para as conversas por meio de videochamadas, DESCARTE – patrocinado pelo Atacadão, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – tem como pano de fundo o drama social do lixo no Brasil e traz ao centro da discussão os 10 anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305/10), que organiza a forma com que o Brasil lida com o lixo, exigindo dos setores públicos e privados transparência no gerenciamento de seus resíduos.Depois dos documentários CTRL-V, sobre as relações de poder e efeitos da indústria audiovisual nas sociedades contemporâneas e Comer o Quê?, sobre a comida e sua relação com a cultura, o meio ambiente, a cidadania e a sociedade, Leonardo Brant mostra, em seu novo filme, as diversas formas de reutilização criativa dos resíduos sólidos, e assim, dá continuidade a ideia de debater a sociedade por meio da cultura e dos hábitos sociais e cotidianos.

Criatividade e inovação

“Atualmente são produzidas 10 bilhões de toneladas de lixo por ano com contaminação do ar, oceanos e aquíferos. Mesmo nesse cenário, não queria que o documentário abordasse o lixo como uma catástrofe inevitável, mas como um problema a ser superado, com ações que estão fazendo a diferença”, conta Leonardo Brant.Partindo dessa premissa, DESCARTE joga foco no trabalho de sete artistas, designers, artesãos e ativistas, que enxergam no lixo novas oportunidades. A paulistana Maria Aparecida Dias é catadora, artista, presidente da cooperativa Glicério e integra o coletivo Dulcinéia, que realiza pinturas em capas de livros, feitas de papelão. Seus trabalhos já foram expostos em livrarias de Londres, Inglaterra. Enquanto Vandré Nascimento, do Rio de Janeiro, é músico amador e confecciona instrumentos musicais a partir de sucata. Em 2008 fundou a Associação Lata Doida com o objetivo de promover experiências criativas, artísticas, educativas e sustentáveis no Realengo, zona oeste da capital fluminense. 

O artista visual Rodrigo Bueno cria em seu ateliê composições mistas de resíduos da cidade: papel, madeira, plantas e pintura dialogam entre si. Já a estilista autodidata e ativista trans Vicenta Perrotta, de Campinas, interior de São Paulo, se desdobra em diversas atividades, todas carregadas de vivências e mensagens que conscientizam e educam as pessoas sobre a realidade e a cultura trans.

A arquiteta e urbanista paulistana Léa Gejer aplica as ideias de economia e design circular à arquitetura, planejamento urbano e produtos industriais, e construiu a primeira casa circular da América do Sul. Nascida também em São Paulo, Roberta Pestana criou a Ton Zé Toys, uma oficina criativa de brinquedos produzidos de forma sustentável, fazendo uso apenas de matérias primas de origem natural.

Luis Cesar de Oliveira é paranaense e fundador da Ignis Industrial, que transforma pedaços de maquinários, móveis e objetos antigos, madeiras, metais e plásticos descartados em objetos únicos.

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