De Tiririca do Bode a Quicé
Aqui quero contar
A história de Quicé
Que nasceu a muito tempo
Vejam só como é que é
Tiririca o primeiro nome
Dado a esse povoado
Devido ao capim cortante
Que nascia dentro dos lagos
Seus primeiros moradores
Eram homens muito sérios
Um deles era Joaquim Felix
E o outro Manoel Severo
Além de outros moradores
Que aqui fizeram história
Alguns deles já morreram
Outros se foram embora
De uma forma ou de outra
Todos eles contribuíram
Com o progresso de Quicé
Que hoje está evoluído
Já houve aqui em Quicé
Um trabalho bem legal
Empregava homens e mulheres
Era o corte de sisal
Os moradores também
Dedicavam-se a plantação
Plantavam milho e mandioca
Mamona e feijão
Além da plantação
Os homens trabalhavam também
Na criação de bodes
E no corte de lenha para o trem
As mulheres de Quicé
Sempre tinham o que fazer
Ajudavam os maridos na roça
Teciam esteira pra vender
A rede ferroviária
Aqui fez história também
Trazendo ao povo transporte
Denominado de trem
No dia que passava trem
Era aquela animação
Pois para os jovens da época
Era um meio de diversão
Aos domingos e sextas à noite
Noturnos eram chamados
Terças e quinta pela manhã
Misto era denominado
Os jovens ansiosos
Na estação a esperar
Os trens até altas horas
pois era uma chanse de namorar
Com a chegada dos trens
Pela LesteBrasileira
Veio a mão de obra pesada
Dos valentes garimpeiros
O chefe da estação
Era o Sr. Isaias
E quem abria as agulhas
Era o Sr. Elias
Naquela época também
Chegaram homens de atitude
Com um objetivo somente
De construir nosso açude
Com a construção do açude
Que aqui veio pra somar
Os moradores alegres
Sede não iam mais passar
Quicé ganhou com a construção
Vejam só o seu desfeche
Atualmente lá existe
Um criatório de peixe
Quem acha que cultura
É coisa só de agora se engana
Naquele tempo tinha reisado
E o famoso terno da cigana
Não posso deixar de falar
Com grande animação
Que se curtia naquela época
Eram três dias de São João
A corrida de argolinha
Sempre foi e ainda é
Uma festa grandiosa
No Distrito de Quicé
Na área daSaúde
Se uma mulher ia parir
Iam buscar mãe Almerinda
Que vinha logo lhe acudir
Parteira de mão cheia
Com muita experiência
Trazia a criança ao mundo
Com tamanha paciência
A parida e suas visitas
Saboreavam uma bebedinha
Feita por mãe Almerinda
E chamava meladinha
Quando alguém quebrava um braço
Não tinha médico pra encanar
Era mingal de craibeira
E uma tala até sarar
A área da Educação
Não ficava a desejar
Chegou a esse povoado
A professora Mariá
Mulher de muita garra
Rica em sabedoria
Os alunos que não aprendiam
Isso porque não queriam
Essa professora amiga
Aqui registrado seja
Teve participação ativa
Na construção da primeira igreja
Depois da professora Mariá
Continuando a Educação
Surgiram outra professoras
Para cumprir sua missão
Das escolas de Quicé
Com um trabalho bem feito
Formaram-se grandes homens
Vereadores e prefeito
Até hoje Quicé deseja
Muitos jovens formar
Para o progresso de Quicé
Com sucesso continuar
Carlos Brasileiro construiu
Uma escola de valor
Para crianças e adultos
Desfrutarem com amor
Hoje Quicé cresceu muito
Isso não se discute
Ganhou até um laticínio
Que faz um saboroso iogurte
Quicé querido Quicé
De um povo muito gentil
Não é atoa que tu és
Um pedacinho do Brasil Realizei meu sonho
Estou feliz pra dedeu
Contei a história de Quicé
Em forma de um cordel
Por Dinalva Mendes da Silva