Conheça a coxinha de vatapá que virou ovo de Páscoa na Bahia
Já imaginou uma coxinha com massa feita à base de vatapá? E um ovo de Páscoa? Pois essas são duas receitas que foram criadas pela carioca Hanna Soares, depois que ela se mudou para Salvador.
“Eu adoro fazer coisas temáticas e dar nomes às coisas Quando eu aprendi o ponto de um vatapá que eu conseguia fazer um nhoque, aí eu falei assim: ‘E se eu enrolar isso aqui no formato de uma coxinha?'”.
A vatapinha, como foi nomeada por Hanna é sucesso e chama atenção dos clientes. O salgado é produzido desde 2017, mas, segundo Hanna, só se popularizou nos últimos anos. Além do vatapá na massa, a receita leva moqueca de chuchu, que imita o gosto do camarão, como recheio, e é frita no óleo de algodão. E, para quem preferir uma forma mais saudável de preparar o prato, ainda é possível assar os quitutes no forno ou em uma fritadeira.
“Eu só fritei no dendê no dia que eu fiz, para testar, mas depois eu vi que ela funcionava bem no óleo de algodão. Mas ela também dá para fazer no air fryer e no forno”.
Vegana há 9 anos, Hanna explica que as receitas partem do desejo dela de comer determinados pratos e não encontrar outros lugares comercializando. Foi assim que nasceu o Veganas Baianas em 2016. “Não tinha uma oferta de comida vegana em Salvador. Era bem difícil sair e comer, e tudo mais. E aí a gente foi para um evento e aí acabou a comida muito rápido e a gente não conseguiu comer. Eu falei: ‘Cara, a gente precisa abrir um negócio vegano em Salvador'”.
“Nas festas, as pessoas não tinham o que comer. Agora, levam os salgados veganos e ainda a galera que come carne come os salgados veganos da galera, por causa da curiosidade”, conta.
E dessa forma também surgiu o coxovo. A carioca contou ao portal que nunca gostou muito de doces e queria uma alternativa salgada e sem produtos de origem animal na receita para comer na Páscoa. Então, resolveu colocar as massas das coxinhas que produz na forma de ovo que normalmente é feito com chocolate.
“Eu criei para a Páscoa o coxovo, porque eu não sou uma pessoa que come muito doce. Aí eu pensei: ‘Pô, será que a galera iria gostar de comer um ovo de páscoa salgado?’. Aí eu peguei as massas dos salgados que a gente tem e montei em uma forma de ovo de Páscoa, recheei, fiz uma capinha e fritei essa parada inteira. Depois, decorei com coxinhas”, contou.
Em 2023, o salgado chega ao terceiro ano de produção. Ele pode ser encomendado com três opções de recheio: jaca, vatapinha e shiitake. Para acompanhamento, o cliente ainda recebe seis coxinhas, que decoram o salgado. Neste ano, o cardápio para a Páscoa ainda oferece o empadovo, nos sabores de palmito, moqueca de chuchu e tomate seco com rúcula. Os preços variam R$ 60 e R$ 75. O contato é feito no perfil do restaurante/buffet no Instagram ou no WhatsApp.
“Já é a terceira vez que a gente faz o cardápio com eles, e cada ano que passa a gente vendo mais que o ano anterior. No último ano, a gente vendeu uns 30 coxovos. Quero ver se nesse ano eu consigo dobrar essa marca. Espero superar o ano passado”.
Agora, se engana quem acha que os nomes e pratos lidos até aqui são os mais inusitados. O restaurante tem ainda o cakexinha, que é um bolo feito com massa de coxinha; e a coraxinha, que é um grande coração feito com a mesma base, produzido especialmente nas época do Dia dos Namorados.
“Todas as minhas receitas eu desenvolvi coisas que eu gosto de comer. Então, eu cozinho como se eu estivesse me alimentando. Então, eu cozinho com muito amor”, explicou.
As receitas têm feito sucesso entre os clientes, principalmente nas feiras de gastronomia que acontecem no Parque da Cidade, em Salvador, uma vez no mês. Não é à toa que, em novembro do ano passado, o Veganas Baianas foi convidado para integrar o time de restaurantes no AFROPUNK.
“Foi uma primeira vez em um festival que as pessoas veganas e vegetarianas conseguiam se alimentar de uma maneira bem tranquila. Achei a iniciativa sensacional”, exaltou.
Hanna contou para a reportagem que ficou muito feliz com a participação e que os resultados foram mais do que positivos. “Eu fiquei muito animada. Tremendo na base, porque é um festival grande e a gente nunca fez nada do tamanho do AFROPUNK antes. Foi a maior coisa que a gente já fez. A gente fez uma produção insana. Foi um mês fazendo salgado pra dar conta do recado. Consegui gerar mais empregos, porque tive que contratar pessoas extras para trabalhar também”.
Para o futuro, a empreendedora almeja transformar as entregas também em um ponto fixo, só que de uma forma um pouco diferente. Tudo para atender a uma necessidade que ela vê enquanto vegana. “Meu projeto de vida é abrir um boteco, porque é a carência maior de uma pessoa no rolê de Salvador sentar para tomar uma cerveja e comer petisco vegano, sem precisar pensar no que vai pedir”. (Fonte Ibahia)