Literatura baiana: Hugo Canuto é um nome para ser conhecido
Muitos escritores baianos se destacaram e tiveram suas obras conhecidas mundialmente. É o caso dos soteropolitanos Jorge Amado (1912-2001) e Gregório de Matos (1636-1696), que escreveram verdadeiros clássicos da literatura.
Mas engana-se quem pensa que os escritores de hoje ficam para trás. Jovens baianos – a maioria que começou nas redes sociais – também aparecem com seus nomes nas listas de obras mais vendidas das estantes de livrarias e lojas digitais e mostram o poder da nova geração da literatura baiana, que escreve dos contos e das poesias aos ensaios e ficção.
A literatura produzida na Bahia está sempre em processo de movimento, especialmente com o advento da internet, conforme analisa Angela Fraga, diretora da Fundação Casa de Jorge Amado e coordenadora geral da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô).
A força da internet
A tecnologia do mundo digital está transformando o processo de consumo literário e, nesse processo, os escritores jovens têm tido uma relevância importante. “Os escritores mais jovens já nasceram no mundo da tecnologia. O escritor mais velho ainda tem aquele romantismo com o livro físico em papel. Eu acho que isso vai muito de gosto e perfil, mas os escritores mais jovens se permitem mais ao virtual. Com a pandemia (do novo coronavírus), as pessoas tiveram mais tempo para fazer aquilo que gostam”, ressalta Angela, que integra a equipe de curadoria da Flipelô.
No processo de escolha dos escritores que participam no evento, que é um dos mais importantes do calendário literário do Brasil desde 2016, o interesse do público no tipo de leitura é o ponto principal, inclusive ouvindo as demandas da internet.
“Pensamos sempre no que está interessando às pessoas e também na conexão com a obra de Jorge Amado. Como é uma equipe de curadoria, sempre tem pessoas que trazem a referência do que o público mais jovem gosta. Ano passado (2019), por exemplo, o livro mais vendido foi de Hugo Canuto, que dialoga com o público jovem. Percebemos que as pessoas também estavam interessadas nas questões indígenas e também reforçamos o interesse das pessoas em poesia”, argumenta Angela.
Em uma época em que as redes sociais apresentam novos talentos e o ambiente digital abre espaço para que novos escritores lancem suas obras de forma totalmente gratuita e independente, não faltam opções de leitura.
E Hugo Canuto é um nome que você precisa conhecer. Soteropolitano, Hugo Canuto nasceu em 1986 e foi o escritor mais vendido da edição de 2019 da Flipelô, dando nova perspectiva à produção de HQs e quadrinhos. Em 2015, ele lançou de forma independente, no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, a HQ “A Canção de Mayrube – O Início”, inspirada nas mitologias dos Povos da América. No ano seguinte, participou da antologia Máquina Zero 2 da editora Quadro a Quadro e teve seu trabalho homenageando Jack Kirby publicado pela Marvel Comics. Instagram: @hugocanuto_art