Toque de tambores inicia os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres

O tambor, o agogô, o xequerê. Com esses instrumentos, mulheres percussionistas de diversas bandas de reuniram na Praça das Artes, no Pelourinho, nesta terça-feira (23), para celebrar os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. A iniciativa da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM-BA) atraiu integrantes da Banda Didá, das Filhas de Gandhy, A Mulherada e outros grupos de percussão do Centro Histórico de Salvador, além das secretárias da SPM, Julieta Palmeira, e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Adélia Pinheiro.

Intitulada ‘No batuque do tambor’, a ação teve como objetivo chamar a atenção da população para a necessidade de enfrentar a violência de gênero, combatendo o machismo, o sexismo e o racismo. Durante a apresentação foram distribuídos materiais informativos alusivos à campanha ‘Respeita as Mina’ e de combate à masculinidade tóxica.

“Unimos todos os tambores do Pelourinho para repicar o lema pelo fim da violência contra as mulheres. E a mulher negra é uma das mais atingidas pela violência. Por isso, as comemorações são nesses 21 dias que se iniciam no Dia da Consciência Negra e se encerram no Dia dos Direitos Humanos. É uma movimentação internacional”, afirmou Julieta Palmeira.

A secretária destacou “que haverá outras iniciativas, ações e realizações voltadas para conclamar a união do Governo da Bahia com a sociedade para pôr fim à violência contra as mulheres. Esse não é somente o problema de um crime que precisa ser punido, é também a cultura que é machista, misógina e para o qual a educação e a sensibilização de um modo geral têm muitos efeitos positivos”.

Percussionista da Banda Didá, Carla Andreza Souza, 19 anos, ressaltou que “para nós, mulheres, é muito importante este tipo de atividade que destaca os nossos direitos e a proteção para todas nós. A cada dia, por mais que este assunto seja batido, revisado, discutido, muitas mulheres ainda sofrem com essa situação. É muito gratificante se sentir protegida e acolhida”.

Resistência

A coordenadora das Filhas de Gandhy, Cherry Almeida, lembrou que o bloco surgiu na esteira de um tradicional bloco masculino. “Para nós, é uma honra participar deste evento, porque nós nascemos da resistência da luta das mulheres para ocupar um espaço de poder nesta cidade. Somos as Filhas de Gandhy, um grupo de mulheres negras, trabalhadoras, que busca o seu espaço no Carnaval, onde boa parte dos comandantes são homens. E por entendermos que a mulher é resistência e tem que estar onde ela quiser, estamos fazendo 40 anos”.

Sobre os 21 dias de ativismo contra a violência contra a mulher, Cherry Almeida parabenizou à SPM. “Estamos juntas com a secretaria. Este é um evento fundamental e nós dizemos: as Filhas de Ghandy estão juntas contra a violência contra a mulher. Somos a favor do empoderamento e da luta das mulheres por mais espaço na sociedade”.

O nome da banda A Mulherada já diz tudo sobre suas percussionistas. Bárbara do Carmo, 40 anos, levou a filha de 3 anos, para assistir à apresentação. “Isso é muito importante para, desde cedo, ela saber que a mãe dela luta pela igualdade e para ela crescer nisso. Ela precisa saber que a mulher tem que estar onde quiser, fazendo o que quiser”.

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