TCA de Braços Abertos tem Celo Costa apresentando show ‘O Velho Homem Rio’
Nesta semana, o projeto TCA de Braços Abertos, com o ‘Especial Nordestes’, traz a articulação entre os universos musical e literário na obra ‘O Velho Homem Rio’. Inspirado no conto ‘A Terceira Margem do Rio’, de Guimarães Rosa, o show é protagonizado pelo cantador, multi-instrumentista e compositor Celo Costa. O vídeo ficará disponível no dia 23 de junho, quarta-feira, às 19h, seguindo até domingo, 27, no YouTube do Teatro Castro Alves (www.youtube.com/teatrocastroalvesoficial). Entrelaçando a arte da cantoria com a beleza da narração de histórias, o espetáculo tem direção artística de Jackson Costa e conta com direção musical de André Tiganá.
No solo ‘O Velho Homem Rio’, Celo Costa mergulha os espectadores em composições inspiradas no imaginário atemporal do sertão. O músico colheu na riqueza de significados e simbolismos do sertão para criar o show, levando para o palco canções de Elomar, Dominguinhos, Chico Buarque e Mauro Aguiar, articuladas com o repertório autoral do artista. “Esse projeto traz uma singularidade bem especial, porque vamos contar uma história no meio de um show musical, sob o olhar de um contador de histórias. Então, no palco, serei um cantador, tocador de viola e também um contador dessa história tão profunda, que é ‘A terceira margem do rio’”, afirma Celo Costa.
A apresentação aproxima de instrumentos da música nordestina, mas em diálogo com as tantas possibilidades musicais: sanfona e violam estão ao lado de percussão e piano numa sonoridade acústica. Jackson Costa afirma que essa é uma boa oportunidade para o público se deleitar com a prosa poética de Guimarães Rosa, na voz de um cantador que ousa se aventurar com a palavra falada, assim como a personagem do conto, em busca do desconhecido, dessa terceira margem.
‘O Velho Homem Rio’ traz à tona os imaginários dos sertões, transitando entre muitos simbolismos evocados pela palavra e música. “O sertão de Elomar é seco, com pouca água, com o bode. Ele tem uma paisagem, uma fauna, aquela coisa de chuva rara, o sofrimento do nordestino, alimentação escassa, a carne seca. Mas ele traz também alguns elementos que estão no conto, como a solidão, o isolamento, a saudade e, de certa forma, traz também o abandono, presente em ‘A Terceira Margem do Rio’”. Já Guimarães Rosa, descreve Celo, traz um sertão colorido, de vida, com água abundante. “É outro sertão. A narrativa acontece na beira de um rio, não tem tanta miséria, embora compartilhe elementos em comum, como abandono e solidão. São dois sertões presentes aí”, explica.
Celo Costa foi criado na beira de um rio, na cidade de Santa Maria da Vitória, situada no oeste da Bahia, banhada pelo Rio Corrente. Ele também encontrou nas suas memórias de infância a relação com as expressões artísticas que apresenta em cena. “O narrador do conto é o filho que fica. É a história de um pai que manda fazer uma canoa para si e passa a viver no meio do rio. Mas quem conta essa história é o filho. Eu me identifico com essa narrativa porque fui criança também dentro de uma família, e os meus pais se separaram. Eu vi o meu pai, falando de uma maneira metafórica, mandar fazer pra si uma canoa e viver no meio desse rio. É uma memória forte que eu tenho”, conta.
Próximas edições
No 28 de junho, segunda-feira, às 19h, como homenagem ao Dia do Orgulho LGBTQ+, o YouTube do TCA recebe o espetáculo episódico “PARA-ÍSO”, com direção e dramaturgia de Luiz Antônio Sena Jr. Já na quarta, 30 de junho, é a vez do espetáculo de música e poesia “Do Cordel Remoçado ao Cibercordel”, de Omar Tolstói. Lançado em 2020, o “TCA de Braços Abertos” é uma janela oferecida pelo Teatro Castro Alves para exibição de iniciativas culturais em seu canal de YouTube, assim como ocorria na ocupação dos palcos do Complexo antes da pandemia.
TCA de Braços Abertos apresenta ‘O Velho Homem Rio‘
Show de Celo Costa
Quando: 23 de junho de 2021 (quarta-feira), 19h
Onde: Exibição através do canal do Teatro Castro Alves no YouTube: www.youtube.com/teatrocastroalvesoficial