SJDHDS reforça importância do Braile na inclusão das pessoas com deficiência visual

O Dia Mundial do Braile, comemorado nesta segunda-feira (4), chama a atenção da sociedade sobre a importância de assegurar formas de inclusão de pessoas com deficiências visuais também na escrita e no acesso a livros. Segundo dados do último Censo do IBGE, em 2010, cerca de 24% da população tinha algum tipo de deficiência naquele momento, o que correspondia a 46 milhões de brasileiros. A deficiência visual é a modalidade mais comum, o número de cidadãos com algum grau de problema para enxergar chega a quase 20%.

Neste contexto, o sistema de escrita e leitura em braile é um instrumento essencial na vida de milhares de indivíduos em todo o mundo, já que permite que pessoas cegas ou de baixa visão tenham acesso à leitura.

O superintendente dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SUDEF/SJDHDS), Alexandre Baroni, reforça a importância do Braile na efetivação das políticas públicas de inclusão e educação de pessoas com algum tipo de deficiência visual.

“As pessoas com deficiência correm maiores riscos de sofrerem com as desigualdades, problemas de saúde e dificuldades de acesso à educação e trabalho. Portanto, são necessários os investimentos em projetos de integração e inclusão dessa população. Em 2015, as provas do Enem passaram a ser aplicadas também em braile. Desde então, 2.065 cegos realizarem o exame e puderam concorrer a uma vaga nas universidades no país. A data de hoje reforça a importância desse debate na sociedade”, pontuou Baroni.

Sobre os avanços e desafios na inclusão das pessoas com deficiência visual, a coordenadora da Associação Baiana para Cultura e Inclusão (ABACI) e membro do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência (COED), Cristina Gonçalves, destaca a importância do uso do braile para a efetivação dos direitos humanos e liberdades fundamentais, e destaca que o método contribui para a inclusão em uma das principais formas de registro e aquisição de conhecimento, a escrita.

“Embora tenhamos muitos avanços alcançados com a tecnologia assistiva, e acesso a uma gama de informações que melhoraram as condições das pessoas com deficiência, não podemos nos esquecer do braile, ou tratá-lo como obsoleto, pois o contato com esse sistema é de uma importância imensurável, principalmente na alfabetização das crianças cegas. Precisamos avançar nos espaços de educação inclusiva de base e reconhecer que o Braile oportunizou acesso à educação a mais de 30 milhões de pessoas no mundo”, destacou ela.

Braile

O dia 4 de janeiro foi escolhido para comemorar o Dia do Braile, pois é a data de nascimento de Louis Braille, o criador do sistema. Braille ficou cego aos três anos e com o passar dos tempos foi desenvolvendo uma técnica que lhe proporcionou escrever e se comunicar. O braile chegou ao Brasil com ajuda do professor José Álvares de Azevedo, o Patrono da educação de cegos no Brasil.

Escrito com seis pontos em relevo e duas colunas, o braile permite registrar letras, números e qualquer outro tipo de símbolo necessário a passagem de informação. É composto por 63 sinais que são gravados em relevos, combinados em duas fileiras verticais com 3 pontos cada uma.

Os usuários escrevem utilizando um reglete e punção ou em máquinas de escrever em braile. A leitura é realizada da esquerda para a direita.

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