Semana Cultural Indígena nas Escolas
A Semana Cultural Indígena nas Escolas teve início nesta segunda-feira (17), no Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia, em Cajazeiras IV, Salvador. Iniciativa do Governo do Estado, por meio das secretarias de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) e da Educação (SEC), o projeto percorre instituições de ensino da rede pública e particular da capital baiana, até a próxima quinta-feira (20), com rodas de conversa, apresentações culturais, exposição de artesanato e oficinas temáticas.
“O intuito é visibilizar a presença indígena, demonstrar a grande diversidade existente entre os povos originários, além de oportunizar aos participantes a interação positiva e a troca de saberes num contexto de relações interculturais”, destaca a superintendente estadual de Políticas para os Povos Indígenas, Patrícia Pataxó.
Desconstrução de estereótipos
A abertura da Semana contou com a participação de representantes dos povos Kaimbé, Kiriri, Pataxó, Tupinambá e Huni Kuin. A estudante Melrilly Kaimbé, 18 anos, compartilhou com a comunidade escolar as vivências de seu grupo, situado no município de Euclides da Cunha, no norte da Bahia. “O encontro é importante, porque conseguimos desconstruir alguns pensamentos que as pessoas têm sobre a gente, mostrar quem somos, onde estamos e o que queremos”, avaliou.
Estudante do 1º ano, Luan Santana afirma que o projeto trouxe uma nova visão sobre os indígenas. “Estamos conhecendo a verdadeira história deles, as mudanças que aconteceram ao longo do tempo e o movimento de luta”, explica. “Cada povo fala uma coisa diferente e vamos aprendendo um pouco sobre a cultura deles”, completou a aluna do 2º ano, Maria Luísa Freitas.
O coordenador executivo de Políticas para os Povos Indígenas da Sepromi, Jerry Matalawê, destaca que a Bahia tem, pelo menos, trinta povos indígenas, todos eles com características específicas. “São grupos que exercem sua indianidade de maneira muito particular e precisam ter a garantia de direitos, como acesso à terra, manutenção de sua memória e identidade, educação multicultural, saúde de qualidade. A nossa presença nas escolas é uma oportunidade para que as pessoas possam visualizar melhor essas questões e esclarecer dúvidas”, acrescentou.