Sem vacina em 2020, TSE adota protocolo de segurança para as eleições municipais
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) elaborou um protocolo que prevê uma série de medidas para o dia da votação com o intuito de garantir a segurança em meio à pandemia do novo coronavírus. Em novembro, brasileiros vão eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores e deverão adotar cuidados necessários para evitar a contaminação pelo vírus.
Apesar de o mundo ainda não disponibilizar uma vacina para a Covid-19 até 2020 e o Brasil ultrapassar a marca das 160 mil mortes por coronavírus, diversas cidades brasileiras flexibilizaram a quarentena durante período da campanha eleitoral. Cenas de bares e restaurantes lotados, paredões de som, praias cheias e manifestações políticas com muita gente aglomerada e sem máscara se tornaram comuns nas últimas semanas.
“As pessoas têm a falsa impressão de que a vida já voltou a uma normalidade comparada a de antes da propagação do coronavírus e isso pode explicar o surgimento de novos casos de infecção”, diz Angelina Oliveira enfermeira e diretora da Padrão Enfermagem Salvador.
Embora a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 324, com variação de -30% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de queda nas mortes por Covid-19, a pandemia ainda inspira cuidados que podem evitar a contaminação e salvar vidas, reforça a enfermeira.
No local da votação, onde haverá circulação de muitas pessoas, serão disponibilizados álcool em gel antes e depois do eleitor ir à urna. O TSE recomenda que o eleitor leve sua própria caneta para assinar o caderno de votação. “Um hábito indispensável para evitar a proliferação do vírus neste período é levar consigo um pequeno recipiente com álcool em gel e lavar bem as mãos, incluindo partes específicas como os dedos, unhas, punho, palma e dorso, com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las”, pontua Angelina Oliveira.
A enfermeira ainda explica que uma das medidas básicas de higienes mais seguras contra o vírus é a adoção do uso de máscaras, inclusive os eleitores só poderão entrar nos locais de votação se estiverem usando esse tipo de proteção. “O coronavírus é transmitido por meio de gotículas expelidas por pessoas infectadas ao falar, tossir ou espirrar e é possível que o vírus alcance distâncias maiores que dois metros. Apenas o distanciamento pode não ser suficiente para evitar a contaminação”, alerta Angelina Oliveira.
A distância de um metro entre as demais pessoas que estivem na sala deverá ser mantida, para isso haverá marcações no chão com adesivos para indicar o distanciamento correto. O processo de identificação por biometria não será usado nestas eleições devido ao risco de contaminação.
A Justiça Eleitoral recomenda que os eleitores que apresentarem sintomas da doença não deverão comparecer à votação. A justificativa de falta não será feita presencialmente para evitar aglomerações. Pelo aplicativo e-Título, que pode ser usado em qualquer smartphone, será possível fazer a justificativa sem sair de casa.
Neste ano, o tempo da votação foi ampliado em uma hora. As seções ficarão abertas das 7h às 17h. Das 7h às 10h será mantido horário preferencial para pessoas com mais de 60 anos.
É recomendado que lugares fechados adotem controles de infecção aérea, como filtragem do ar de alta eficiência. “Esses locais devem evitar a superlotação, ou seja, as pessoas precisam evitar se aglomerar. É preciso manter ventilação com ar limpo e filtrado nesses locais, principalmente, em seções eleitorais que deverão ser frequentadas por idosos”, finaliza Angelina Oliveira.