Santa Bárbara é festejada na Bahia com protocolos de biossegurança
Nesta sexta-feira (4), a Bahia festeja Santa Bárbara, identificada no candomblé como Iansã. Este ano, a comemoração, que tradicionalmente abre o calendário de festas populares do verão baiano e reúne milhares de baianos e turistas vestindo as cores vermelha e branca no Centro Histórico de Salvador, foi substituída por celebrações discretas, com distanciamento entre os participantes, mas potencializadas pelo poder da transmissão via internet.
A programação do dia incluiu três missas, às 7h, 9h e 11h30, com fiéis que agendaram participação junto à comunidade da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e transmissão pelo Instagram da irmandade. Para o padre Rafael Monteba, a tradição deu lugar aos cuidados perante a pandemia provocada pelo novo coronavírus.
“Pensamos celebrar de modo excepcional para evitar a aglomeração e respeitar o protocolo de distanciamento social, mas, como sempre, com fervor e o mesmo entusiasmo, pois a fé, apesar desse ser um tempo difícil, nunca pode ser alterada”, disse o sacerdote congolês, capelão da igreja desde fevereiro.
Durante a primeira missa, o secretário estadual de Turismo, Fausto Franco, falou sobre o projeto de verão seguro atualmente trabalhado pelo Governo da Bahia. Segundo Franco, o turismo é muito importante para a economia e sua retomada dá um fôlego a toda cadeia produtiva que ficou meses sem desenvolver suas atividades por conta da pandemia.
“Desejamos ver os turistas voltando para conhecer ou rever as maravilhas da Bahia e hotéis, bares, restaurantes e atrativos funcionando, mas seguindo rigorosamente os protocolos de biossegurança para proporcionar experiência positivas, sem aglomeração, adotando boas práticas para evitar a disseminação da Covid-19”.
Rosário dos Pretos
A valorização da cultura negra dá características singulares às missas realizadas na Igreja de Nossa Senhora dos Homens Pretos, no Centro Histórico de Salvador. Nela, a liturgia une a tradição católica às influências da religiosidade africana, como danças ao som de cânticos ritmados pelo toque de atabaques e agogôs.
A igreja, construída pelos membros da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos, no século XVIII, também chama a atenção de baianos e turistas por sua beleza artística e arquitetônica, que mescla os estilos barroco, rococó e neoclássico.