Prefeitura anuncia novas medidas de enfrentamento à Covid-19
Diante da pressão que o sistema de saúde de Salvador tem sofrido em função da pandemia na Covid-19, a Prefeitura adotará medidas de proteção à vida para conter o índice de novos casos da doença. A partir desta sexta-feira (19), cinemas, teatros e casas de espetáculos deverão, novamente, suspender o funcionamento. O anúncio foi feito pelo prefeito Bruno Reis , durante entrevista coletiva na Arena Fonte Nova. Também estiveram presentes a vice-prefeita e secretária de Governo (Segov), Ana Paula Matos, e o titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Leo Prates.
No caso dos teatros, explicou o chefe do Executivo municipal, estes espaços só poderão funcionar de forma virtual, sem presença do público, para atender aos artistas contemplados pelos editais da Lei Aldir Blanc, uma vez que esses profissionais precisam realizar lives e gravações artísticas para comprovação dos recursos recebidos através do certame.
O prefeito também divulgou outras ações que o município adotará no enfrentamento à pandemia. Uma delas são as medidas de proteção à vida nos bairros da Pituba, Brotas, Itapuã, Pernambués, Fazenda Grande do Retiro e Boca do Rio, pelo prazo inicial de sete dias.
“Essas medidas são para chamar a atenção da necessidade do grave momento que estamos vivendo. Não descarto, até sexta, termos que anunciar iniciativas mais duras na cidade. Para vocês terem ideia, nas últimas 24 horas, batemos recordes em Salvador de demanda por leito para Covid: foram 97 solicitações. No auge da primeira onda da pandemia, o dia que tivemos a demanda maior foi de 60 regulações”, alertou Bruno Reis.
Ele chamou atenção para a pressão que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade tem enfrentado por conta da elevação crescente de contaminados, sobretudo no período de uma semana para cá. Apenas ontem (16), Salvador contabilizou 50 pacientes regulados. Conforme explicou o prefeito, os números de casos ativos, de óbitos diários e do fator RT (transmissão) estão aumentando. “Isso quer dizer que a velocidade de propagação do vírus está crescendo exponencialmente”.
Para Bruno Reis, ainda não é possível afirmar, mas o atual cenário da pandemia na cidade sinaliza para a circulação de uma nova variante do coronavírus, cujo poder de contágio e transmissão é mais agressivo.
Leitos – A Prefeitura reabriu, nos últimos dias, novos leitos de UTI no Hospital Santa Clara, no Itaigara, e a expectativa é que até a próxima sexta (19) a gestão instale uma tenda de suporte ventilatório na UPA de Valéria. Além dessas ações, estão em avaliação outras medidas para implantação de mais leitos na cidade.
“Vivemos o pior momento da pandemia. Na primeira onda não houve um crescimento tão rápido de casos em uma semana. Volto a fazer apelo para que população, mais do que nunca, se cuide evitando aglomerações, usando máscara. Nós não descartamos, se esses números continuarem, nas próximas 24h ou 48h anunciarmos outras medidas de isolamento social na cidade”, destacou.
Para o enfrentamento à pandemia, revelou, a administração municipal não tem medido esforços para manter os investimentos. Só na área social estão sendo empregados R$20 milhões. Na saúde, o montante adicional chega a R$26 milhões.
Educação – Sobre a volta do ensino presencial na rede pública e privada, Bruno Reis relatou que já houve três reuniões com representantes governamentais para chancelar critérios objetivos que definirão o retorno das aulas. Hoje, o encontro é realizado com representantes do Ministério Público (MP-BA), Defensoria (DPE) e Tribunal de Justiça (TJ-BA). Nos próximos dias, haverá outro com o sindicato dos professores. A partir de segunda (22), a rede municipal inicia as aulas virtuais.
“Condicionamos a retomada da educação a três índices que deverão estar estabilizados: número de óbitos, ocupação de leitos de UTI e casos ativos. Validamos isso com governo, prefeitos e deputados estaduais membros da comissão de educação. A educação em Salvador não irá voltar numa realidade como essa que estamos vivendo. Seria uma irresponsabilidade”, declarou o prefeito.
No entanto, ele voltou a falar da preocupação com as médias e pequenas escolas particulares na cidade, defendendo que seja programada uma data para um possível retorno. “Estas unidades estavam sobrevivendo até dezembro por conta da proteção federal que permitia redução de jornada e salário. Mas muitas delas estão fechando, até porque os pais não têm perspectivas de retorno. Se os donos das escolas não tiverem condições de reabrir, os alunos irão para a rede municipal e a Prefeitura não terá como ofertar vagas”, confirmou.
Vacinação – A campanha de vacinação em Salvador teve de ser interrompida após o fim das doses enviadas pelo governo federal. Desde o dia 19 de janeiro, foram 116 mil pessoas vacinadas nesta primeira fase de mobilização, sendo 88 mil trabalhadores da saúde e os demais, idosos. A expectativa, disse Bruno Reis, é que na terça (23) chegue novos lotes ao estado. A capital baiana deve receber entre 30 mil e 35 mil doses.