Parcerias possibilitam educação de surdos na rede municipal
Nesta sexta-feira (23), comemora-se o Dia Nacional de Educação dos Surdos, celebração criada para valorizar a escolarização e integração de estudantes do ensino regular, com deficiência auditiva. Em Salvador, a rede municipal de ensino possui 170 alunos, entre surdos e deficientes auditivos, matriculados em escolas públicas.
Para oferecer ensino a este público, a Prefeitura possui parceria com instituições como a Associação Educacional Sons do Silêncio (Aesos), Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos (Apada) e as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A inserção desses estudantes em sala de aula é explicada por Jaqueline Araújo, coordenadora de Inclusão Educacional e Transversalidade da Secretaria Municipal de Educação (Smed).
“O primeiro passo é diagnosticar se o estudante surdo domina ou não a linguagem em Libras – Língua Brasileira de Sinais. Essa verificação é realizada pelas instituições parceiras da Smed nessa questão. Caso esse estudante já se comunique em Libras, ele é imediatamente integrado ao ensino regular”, esclarece Jaqueline.
Ela afirma que as entidades são responsáveis por colaborar com a Smed no atendimento educacional especializado para os estudantes surdos que não dominam a linguagem em Libras (para que eles a aprendam), na elaboração das atividades e materiais didáticos específicos, bem como na formação e orientação dos intérpretes de Libras que atuam em sala de aula. A coordenadora lembra, ainda, que a Prefeitura se orienta pelo princípio da educação inclusiva, que prioriza a convivência de todos os estudantes, típicos e deficientes, na mesma turma.
Formação – Jaqueline Araújo ressalta, ainda, que a intenção é formar todos os estudantes em sua diversidade, inclusive os surdos, não só para a inserção no mercado de trabalho, como para a vida em sociedade. “Além do acesso à educação, devemos garantir a permanência do aluno surdo na escola. O papel da família é muito importante. Por isso, incentivamos a família desse estudante a aprender Libras, para que a inclusão dentro e fora da escola seja a mais efetiva possível”, defende.
Os resultados do trabalho emocionam a coordenadora, ao lembrar-se de casos como o acolhimento feito pelos colegas e professores de Alessa Santos, estudante surda de 10 anos, matriculada no 4º ano do ensino fundamental na Escola Municipal Julieta Calmon. “Alessa é bastante ativa, acompanha muito bem as atividades escolares e encantou todo mundo na escola. Tanto que alguns de seus colegas típicos aprenderam Libras para se comunicar melhor com ela e chegaram a apresentar um número musical cantando através da linguagem de sinais”, conclui.