Parceria com Nando Reis, “Tristonho” é primeiro single do novo álbum de Alaíde Costa
O primeiro single de “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim”, novo álbum da veterana Alaíde Costa previsto pra chegar em maio, e produzido por Emicida e Marcus Preto sob a direção musical de Pupillo, já está disponível no streaming (ouça).
“Tristonho” é a primeira parceria da cantora e compositora carioca com o paulista Nando Reis, que tem uma história pessoal profunda com o canto dessa artista de 86 anos surgida na Bossa Nova, no final dos anos 1950. Ouça aqui.
“Ouço Alaíde Costa desde que nasci: ela é a cantora preferida de meu pai. Assim que Marcus [Preto] me contou que iria produzir um disco dela eu pedi: ‘Me põe dentro’. Fiquei maravilhado quando soube que iria letrar uma melodia sua, mais ainda quando recebi a música. Eu, literalmente, escrevi a letra em meia hora. Foi como se as palavras estivessem escondidas atrás das notas; eu simplesmente as descortinei”, conta Nando Reis.
“Ser, agora, parceiro de Alaíde Costa é uma glória. E ‘Tristonho’, uma das maiores alegrias de minha vida. Obrigado, Alaíde!”
O curioso é que, até este momento de lançamento de Tristonho, os dois parceiros ainda não estiveram juntos nenhuma vez. “Ainda não conheço Nando Reis pessoalmente e já virei parceira dele”, diz Alaíde. A cantora conta mais sobre o encontro de suas notas com as palavras do ex-Titãs:
“Eu tinha essa melodia guardada na cabeça desde os anos 60. Quando Marcus Preto me disse que Nando queria compor comigo, não exitei. Pensei: ‘Dessa ele vai gostar’. Fiquei muito feliz com o resultado final. E é engraçado porque, sem saber que a melodia era tão antiga, ele escreveu uma letra no exato clima das canções dos anos 60, parece que adivinhou”.
A faixa Tristonho tem Pupillo na bateria, Fábio Sá no contrabaixo acústico e Léo Mendes no violão de náilon. O arranjo de metais de Antonio Neves é executado por Eduardo Santana (trompete e flugel), Lessa (saxofone e flauta) e Antonio Neves (trombone).
Segundo Emicida, Alaíde Costa “é a imperatriz da doçura”. “Acho que já disse isso mil vezes, mas gosto de repetir sempre! Pra mim, é fascinante como ela atravessou décadas segurando com firmeza a arte dela pela mão e a conduzindo carinhosamente no ritmo de seu próprio coração. É uma honra poder acompanhar de perto alguém assim. Uma honra e uma aula”, diz.
“Existem muitas definições de arte, todas legítimas, mas uma definição de artista que não contenha Alaíde Costa não faz sentido. Ela é criador e criatura num só corpo. Eu e Marcus Preto somos apenas sortudos que podem ver de perto toda essa maravilha.”
Marcus Preto arremata. “Alaíde Costa é a nossa Billie Holiday, uma cantora e compositora ultrassofisticada, com pensamento musical elaborado e jazzístico, que nunca fez qualquer concessão comercial: só gravou o que queria, mesmo que tivesse que pagar um preço por isso”, define o produtor.
“Em uma imagem perfeita, este é um álbum para se ouvir bebendo whisky feito por uma cantora que o gravou bebendo whisky. O ouvinte está em contato real com a pele da música e com a emoção da artista. Não tem truque e nem intermediário. Por isso a mensagem chega de maneira tão real, clara e imediata, como costuma ser com todas as maiores intérpretes do mundo em qualquer época,” completa Marcus.
TRISTONHO
(Alaíde Costa/ Nando Reis)
produção: Emicida e Marcus Preto
direção musical e bateria: Pupillo
baixo acústico: Fábio Sá
violão de náilon: Léo Mendes
arranjo de metais e trombone: Antonio Neves
trompete e flugel: Eduardo Santana
saxofone e flauta: Lessa
Devo rir
Vem você dizer que sim
Se eu sofri?
É melhor nem repetir
Tristonho?
Nunca teve dó
Vou lhe dizer: jamais
alguém tratou-me assim
Com pontapés, má fé
Feriu meu coração
Até zombou de mim
E do meu amor
E agora vem você dizer
que ainda quer