Obra inédita de Zé do Caixão estreia em julho nos cinemas
A partir do dia 6 de julho, amantes do horror e das obras de José Mojica Marins, o saudoso Zé do Caixão, poderão assistir nos cinemas à cópia restaurada do último trabalho inédito do cineasta. A primeira exibição de “A Praga” aconteceu em 2021, durante o 54º Festival de Cinema de Sitges, na Espanha.
O filme esteve presente em mais sete festivais, entre eles, a 42ª edição do Fantasporto International Film Festival, em Portugal; Toronto Film Festival; Festival do Rio, e na primeira edição do Sinistro Film Festival, em Fortaleza.
Agora, com distribuição da Elo Studios, o longa-metragem produzido por Eugenio Puppo, da Heco Produções, estreia em todo o Brasil. Inicialmente, “A Praga” foi concebido como um episódio do programa “Além, Muito Além do Além”, escrito por Rubens Francisco Lucchetti e exibido pela TV Bandeirantes entre 1967 e 1968. Esta primeira versão da história se perdeu em um incêndio na emissora e, em 1980, Mojica decidiu refilmá-la, mas não conseguiu concluir o trabalho.
Após mais de 15 anos empenhado na recuperação das obras de Mojica, Puppo finalmente conseguiu encontrar os rolos de filme originais do projeto, que eram considerados perdidos. Sabendo da grande afeição do mestre pela obra, o produtor trabalhou na correção de cores, remasterização sonora, trilha musical e até na inclusão de dublagem, já que as gravações das vozes originais não foram encontradas. A história deste processo de restauro em 4k foi registrada em um curta-metragem documental que antecede a exibição da obra em si.
“Todo o cuidado que tivemos com a recuperação do filme foi importante para não deixar que ele se perdesse através da história. Fizemos de tudo para manter a autenticidade, oferecer ao público algo muito próximo do que tínhamos encontrado, com a veracidade de um autêntico filme de Mojica. Quando me contava sobre os vários trabalhos que não conseguiu concluir, ele sempre fazia referências ao ‘A Praga’. Agora, finalmente o filme terá um lançamento à altura de sua importância”, Eugenio Puppo.
No início do longa, o público é apresentado aos bastidores da história que em breve será revelada. Por meio de um relato íntimo sobre seu trabalho com Mojica, Puppo guia a audiência por imagens do diretor atrás das câmeras, preparando sua fala e se concentrando para entrar em cena.
Diferente de outros trabalhos de Mojica, em “A Praga”, ele não aparece como ator, e sim, como um narrador que convida a audiência a mergulhar na assustadora história de Juvenal (Felipe Von Rhein), um jovem que, ignorando os perigos de se aproximar de uma velha senhora, provoca-a e é amaldiçoado por sua ira. Começa, então, uma corrida desesperada na tentativa de se livrar da praga e sobreviver aos horrores proferidos pela bruxa.