Museu Wanderley Pinho é destaque no roteiro cultural da Baía de Todos-os-Santos

Quem navega na Baía de Todos-os-Santos, entre a Ilha de Maré e o distrito de Caboto, em Candeias, depara-se a certa altura com um imponente casarão colonial construído próximo a um atracadouro. O prédio, que no passado foi a casa grande de um importante engenho de açúcar, transformou-se em 1971 no Museu do Recôncavo Wanderley Pinho e hoje está sendo restaurado pelo Prodetur Nacional Bahia para fazer parte do roteiro náutico e cultural dessa zona turística.

A paisagem atraente convida a uma visita ao sítio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1944. Há a opção de se chegar por rodovia, mas a via marítima é irresistível, pois o visitante terá visão frontal da grandiosa edificação, ladeada, à direita, por uma capela.

O desembarque se faz pelo atracadouro, que, assim como o museu, está incluído nas obras de requalificação do Prodetur. Nos tempos áureos do ciclo da cana de açúcar no Recôncavo Baiano, a área abrigava o Engenho da Freguesia, que muito contribuiu para o crescimento de Candeias.

O casarão foi construído depois do ano de 1760 e já pertenceu, entre outros, ao Barão de Cotegipe, até chegar às mãos de José Wanderley de Araújo Pinho (1890-1967), que idealizou a sua transformação em museu.

A construção possui quatro andares e 55 cômodos, além da citada capela lateral, e conserva até hoje a arquitetura original. Foi desenvolvida em torno de dois pátios, para os quais estão voltados quartos, salas e alcovas. O acervo, com mais de 200 peças, reúne roupas, paramentos, pinturas, cerâmica, objetos decorativos e mobiliário, produzidos a partir do século 17.

Prodetur 

A recuperação e reurbanização do entorno do museu é uma das 13 intervenções do Prodetur Nacional Bahia. O programa, que tem valor total de US$ 78 milhões, é desenvolvido pela Secretaria do Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA) para dinamizar a economia em municípios da Baía de Todos-os-Santos. O financiamento é do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com contrapartida local do Governo do Estado.

No atracadouro já foram concluídas a mobilização do canteiro e dos equipamentos, a demolição da estrutura existente, a limpeza de leito marinho e as fundações.  No museu foram finalizados os serviços do canteiro de obras e de arqueologia e a execução das fundações das edificações (guarita e apoio aos funcionários e receptivo náutico).

O valor total da obra é de cerca de R$ 27 milhões.  A execução das obras no museu cabe ao consórcio formado pelas empresas Axxo Construtora Ltda. e Mehlen Construções Ltda, enquanto a Belov é a responsável pelos serviços no atracadouro.

“Com as obras de infraestrutura náutica e cultural o turismo vai crescer de forma significativa na Baía de Todos-os-Santos, gerando emprego e renda para as comunidades do seu entorno”, afirmou o secretário estadual do Turismo, Fausto Franco.

A comunidade de Botelho, em Ilha de Maré, é uma delas. No local está sendo construído um terminal náutico. As obras incluem a revitalização de uma praça, com arborização, mobiliário urbano e piso de granito, e a reconstrução do píer, nas mesmas dimensões do anterior, com substituição das vigas.

 “A obra vai valorizar para quem tem imóvel aqui e para os pescadores, pois virá mais gente para comprar mariscos, siri, doce de banana, artesanato”, afirmou o pescador Rubem Correia da Silva, morador do local.

As intervenções do programa são divididas em três lotes. Além de Candeias, as obras estão sendo realizadas em Salvador (Marina da Penha, Solar do Unhão), Ilha de Itaparica (Cacha Prego e Itaparica), Jaguaripe, Bom Jesus dos Passos, Salinas da Margarida, Maragojipe, Mutá, Ilha de Maré (Botelho) e Cachoeira.

A maior parte do programa compreende requalificação ou construção de marinas, atracadouros e terminais náuticos.  A previsão é de que o projeto seja concluído no primeiro semestre de 2021. 

Fonte: Setur

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