Mulheres encontram em programa gerido pela Sema uma oportunidade de renda e transformação social

Uma história de superação, dedicação e talento de uma avó que passou por gerações e transformou a vida de filhas e netas, mulheres que assumiram o protagonismo de empreender em comunidades remotas do semiárido da Bahia. Essa é a realidade dessas líderes que usaram seus talentos e persistência para alcançar uma nova e lucrativa fonte de renda, a produção de sequilhos, doces e bolos na fábrica ‘Quitutes Dona Izabel’, que leva o nome de uma das matriarcas de Mandassaia II, em Riachão do Jacuípe (193km de Salvador).

Essas famílias viram o seus negócios crescerem com a chegada do sistema de dessalinização do Programa Água Doce, uma iniciativa dos governos estadual e federal, que na Bahia é executado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema).

Para neta de Dona Izabel, Tailana Santos, participante do Grupo Gestor do sistema do PAD em Mandassaia II, o programa foi essencial para o sucesso da fábrica de quitutes. “Importante para o desenvolvimento de toda a comunidade e principalmente para o trabalho que minha avó realizava e que, após seu falecimento, foi assumido por minha mãe, Dona Maria Odelice, mas em uma proporção bem menor. Depois da chegada do PAD conseguimos profissionalizar nossa produção, investindo em certificação, embalagens padronizadas e equipamentos modernos e mais do que isso, nossa produção de sequilhos está ganhando as prateleiras de mercados e feiras de toda a região, sendo fornecida para vários municípios”, explicou.

E não para por aí, Tailana e as mulheres da família e do povoado, também conseguiram ser contempladas no Programa Nacional de Alimentação Escolar, como conta sua mãe, Dona Odelice, que atua como presidente da Associação Comunitária dos Moradores de Mandassaia II. “Já são mais de dez escolas públicas, tanto municipais quanto estaduais, que recebem os alimentos produzidos em nossa fábrica de quitutes. É uma mudança na vida de todas nós mulheres do sertão, estamos chegando a lugares que nuca imaginamos e levando para nossas casas ganhos financeiros e o respeito de toda a sociedade. Essa é uma conquista de todas”, enfatizou.

De acordo com a representante da Sema e coordenadora do PAD na Bahia, Luciana Santa Rita, as mulheres sempre desempenharam um papel de destaque à frente do grupo gestor dos sistemas de dessalinização, assumindo as responsabilidades e apresentando contribuições para melhor distribuição da água e uso do equipamento. “Durante uma década atuando em comunidades remotas, o PAD Bahia conseguiu uma capilaridade que vai além da oferta de água de qualidade para a população, o programa se tornou um exemplo de como políticas públicas bem estruturadas podem promover o desenvolvimento sustentável e a inclusão social”.

A coordenadora também destacou: “com a chegada do PAD nas comunidades rurais, foram iniciadas diversas atividades econômicas que trouxeram renda para as famílias, sobretudo com a participação ativa de mulheres, empreendedoras no ramo de alimentos e beneficiamento de produtos que são comercializados nas feiras populares e para as prefeituras locais”, ressaltou.

Origem

Dona Izabel dos Santos Lima criou seus 11 filhos complementando a renda da casa com a venda de doces e bolos caseiros, que eram feitos com receitas e um toque especial que só ela sabia. Com o passar dos anos foi passando suas habilidades e talento para filhas, netas e vizinhas, quando mais tarde serviu de inspiração para o nome da marca “Quitutes Dona Izabel”.

Programa Água Doce (PAD)

Uma iniciativa do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e executado na Bahia pela Sema, em colaboração com diversas instituições federais, estaduais, municipais e a sociedade civil.

A Bahia é o estado com maior número de dessalinizadores entregues à população, total de 291, beneficiando 70 mil famílias em situação de vulnerabilidade social residentes em 56 municípios do semiárido baiano. Eram pessoas que utilizavam água de carros-pipas ou sem tratamento e, que agora, contam com água de qualidade para o consumo diário e uso em atividades cooperadas de geração de emprego e renda.

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