Médico e foliões dão dicas para driblar a ressaca e o cansaço na Quarta-Feira de Cinzas
É difícil encarar, mas o melhor Carnaval do mundo está chegando ao fim. Há quem estique mais um pouco no arrastão da Quarta-Feira de Cinzas, que neste ano será puxado por Léo Santana, Carlinhos Brown, Bell Marques e Danniel Vieira, com saída prevista às 10h na Barra. E depois de horas de muita música e curtição, o que fazer para encarar o cansaço e a ressaca que muitas vezes a quarta de cinzas traz com ela?
“Além de beber muita água antes, durante e depois da festa, eu já comprei alguns cocos verdes e separei a água de coco para fazer meu suco detox com gengibre e hortelã. A minha melancia é certa, e eu costumo fazer laserterapia e praticar atividades físicas no dia a dia, pelo menos duas vezes por semana”, revela o corretor de imóveis Daniel Agostinho, de 43 anos, que curtiu todos os dias de Carnaval, inclusive esta terça-feira (21) e garante que o copo está sempre cheio de cerveja.
Como nem todos têm um bom preparo físico, há quem faça como o folião Alan Neves, de 38. “Eu tomo um bom banho quando chego em casa e depois vou para a cama. Só vou acordar lá pra noite. Só não é legal quando estamos com aquela sensação de ver tudo girando, é por isso que eu tento sempre beber até o meu limite, porque já fui além e a experiência não foi nada agradável”, diz.
Tatiane Green, 35, tem uma técnica antiga, mas que garante funcionar muito bem. “Eu já deixei o meu escalda-pés reservado para fazer quando eu chegar em casa. Eu coloco sal grosso e ervas em água morna em um baldinho e coloco os meus pés. Depois de relaxar é só descansar”, conta. Além disso, ela também diz beber muita água, inclusive durante o circuito, e se alimentar enquanto toma uma cervejinha para reduzir os efeitos da embriaguez e ressaca.
Hidratação – Ivan Paiva, coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), ratifica a atitude de Agostinho e Jaqueline, recomendando ao folião intercalar o consumo da bebida alcoólica com água ou algum isotônico, a exemplo de água de coco, porque, além das substâncias tóxicas ao organismo que são produzidas depois do metabolismo do álcool, a desidratação é o principal sintoma.
“Outra dica é evitar bebidas com um teor alcoólico muito alto, porque às vezes a pessoa que está ingerindo esse tipo de bebida mesmo ao parar por estar se sentindo mal ainda tem uma quantidade de álcool no estômago a ser absorvida. Então, é bom sempre conferir o teor alcoólico na embalagem da bebida. Uma cerveja costuma ter 5%, mas há algumas que chegam a ter 10%, o vinho já tem de 10 a 12% de álcool. Existem bebidas que têm 30 a 40%, que é uma concentração de álcool muito grande”, alerta.
Mal-estar – Uma vez que bebeu e acordou com mal-estar no dia seguinte (a famosa ressaca), o ideal é se hidratar bastante, fazer uma alimentação leve e se medicar para dor de cabeça com uma medicação que seja do uso habitual da pessoa, recomenda Ivan. Às vezes, um café quente, um bom banho e bastante hidratação minimizam esses sintomas de pós-intoxicação alcoólica.
Ele também alerta para a necessidade de ficar atento à intensidade dos sintomas. “Se a pessoa tiver uma dor de cabeça muito forte, vômito, o recomendável é procurar um serviço de saúde para investigar se é só isso ou se há algum outro problema de saúde associado”, ressalta. Ele lembra, por exemplo, que quem tem epilepsia não pode beber e muitas vezes bebe e acaba desenvolvendo uma crise convulsiva. Por isso, é preciso no dia a dia ter cuidado com a saúde.
Cansaço – As dicas para se recuperar do cansaço são parecidas com aquelas para a recuperação da ressaca e inclui dormir horas suficientes para a reposição das energias, ter uma dieta balanceada, beber bastante água, adotar técnicas de relaxamento como Yoga e meditação, evitar o estresse, o consumo exagerado de álcool, nicotina e drogas e os estimulantes em excesso.
Ou seja, o mais importante é descansar e repor as energias, guardando as boas memórias da folia e já se planejando para o próximo fevereiro. “Com certeza, ficarão só as boas memórias. Eu nem acredito que conversei com o meu ídolo, Wesley Safadão, que fez uma apresentação em um camarote da Barra. Eu fiquei sem ar, é algo que com certeza eu vou levar para a vida toda”, conta Jaqueline do Nascimento, 42.