MAM reinaugura Espaço Rubem Valentim com exposição permanente que abre nesta sexta-feira

A reinauguração do ‘Espaço Rubem Valentim’ no Museu de Arte Moderna (MAM-Bahia) que acontece nesta sexta-feira (25), às 16h, com abertura de exposição gratuita e permanente é a principal atração do Novembro Negro no museu. O ato comemora não só o centenário de nascimento do artista baiano (1922-1991) que nomeia o espaço no museu, mas também finaliza as programações do MAM-Bahia em homenagem a ‘Semana de Arte Moderna de 1922’.

A sala foi reformada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) – órgão ao qual o MAM é ligado –, ambos da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA). “A reinauguração desta sala traz mais uma exposição permanente para o museu”, explica o diretor do MAM, Pola Ribeiro. No último mês de outubro o museu abriu outra mostra permanente do ‘Museu de Arte Popular’ trazendo esse acervo definitivamente para seu local de origem, o Solar do Unhão.

“Agora teremos as 20 esculturas e 10 relevos de Rubem Valentim abertos à visitação gratuita para o público; o conjunto forma o ‘Templo de Oxalá’, doado pela esposa do artista, Lúcia Alencastro, em 1997, e considerado a mais emblemática realização da carreira de Valentim”, completa Pola. O Espaço terá ainda vitrines com documentos originais do artista. O diretor do MAM informa que a sala tem cerca de 200 m² de área e fica na parte inferior do Mirante do MAM. “O acesso é pelo gradil criado pelo artista Carybé, ainda na entrada do museu, no mesmo nível da Avenida Contorno”, diz Pola.

O artista

Rubem Valentim nasceu em Salvador em 1922, começou sua trajetória nos anos 1940 como pintor autodidata e participou dos movimentos de correntes modernas da arte baiana, ao lado de Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos e Sante Scaldaferri, dentre outros. Desde os anos 1950, iniciou pesquisa relacionada às matrizes africanas, sobretudo sobre símbolos e ferramentas dos Orixás. Em 1966, participou do Festival Mundial de Artes Negras no Senegal. Tem uma escultura em concreto na Praça da Sé de São Paulo e o ‘Templo de Oxalá’ foi um dos grandes destaques da 16ª Bienal Internacional de São Paulo (1977).

O artista completaria 100 anos em novembro, por isso a escolha do MAM em reinaugurar o Espaço agora, com lançamento de filme e catálogo. Na publicação há ainda cronologia ilustrada com fotos, assinada por Claudia Fazzolari, que perpassa a vida de Valentim desde o nascimento, principais trabalhos, projetos e exposições no Brasil e no mundo, além de textos dos críticos Frederico Morais, Theon Spanudis e Alberto Beuttenmuller.

De acordo com o curador do MAM, Daniel Rangel, Valentim explicita o sincretismo religioso brasileiro de maneira abstrata e geométrica, a partir de elementos simbólicos da cultura popular e da semiótica afro-brasileira do candomblé. “Valentim buscava uma conexão sagrada sempre complementada com a estética e, com isso, temos esse conjunto de obras excepcional e seminal na arte brasileira que ele nos deixou”, diz Rangel.

Lançamento

Também na sexta-feira (25) o MAM faz lançamento na Bahia do Filme e Catálogo ‘Ilê Funfun: Uma homenagem ao Centenário de Rubem Valentim’, produzidos pela Almeida & Dale Galeria de Arte (https://almeidaedale.com.br) de São Paulo. O filme será exibido às 16h no Cine MAM, e Catálogo será lançado no Espaço Rubem Valentim, às 17h. ‘Ilê Funfum’ é o nome da mostra que neste ano do ‘Centenário de Valentim’ passou por São Paulo e Brasília, produzida pela Almeida & Dale que também patrocinou a restauração da coleção ‘Templo de Oxalá’. Essa exposição itinerante teve curadoria de Daniel Rangel que também é o curador do MAM-Bahia.

“O conjunto ‘Templo de Oxalá’, cujas obras são predominantemente brancas, representam o panteão dos orixás saudando Obàtálá (o ‘grande orixá’ criador dos humanos) e foi apresentado pela primeira vez, em 1977, na XIV Bienal Internacional de São Paulo, em uma sala especial dedicada a Valentim”, relata Daniel Rangel. Com texto de apresentação de Daniel, o catálogo tem ainda importantes nomes, como Marcelo Gonczarowska Jorge e Sara Seilert, do Museu de Arte de Brasília e Museu Nacional da República, respectivamente.

Grupos de escolas, colégios, faculdades e universidades – públicas ou particulares – que desejem participar das Visitas Guiadas do MAM devem enviar solicitação com antecedência para educativo@ipac.ba.gov.br. Mais informações sobre o museu via telefones (71) 31176132 e 31176139 (segunda a sexta, 9h às 12h e 13h às 15h). Acesse o instagram @bahiamam e site www.mam.ba.gov.br.

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