HGRS sedia cirurgia gravada em 360º, inédita no mundo
Maior hospital do Norte-Nordeste, o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) foi palco da primeira cirurgia gravada em 360 graus do mundo. A ação foi conduzida pelo urologista Fábio Sepúlveda, para transmitir um procedimento para tratamento de cálculo renal, e apresentada no Congresso Paulista de Urologia, terceiro maior evento internacional da especialidade, realizado entre os dias 12 e 14 de novembro.
Trata-se, conforme conta o médico, de um projeto inovador para substituir o modelo tradicional de acompanhamento presencial de cirurgias. As ferramentas de realidade virtual e realidade aumentada garantem a experiência imersiva no ambiente, o que proporciona liberdade plena de visão ao espectador.
“A última barreira que faltava ser quebrada na educação médica era a transmissão de conteúdo relativo à técnica cirúrgica, quando, ao se assistir uma cirurgia ao vivo, pode-se obter o máximo da experiência e retenção de conteúdo. No modelo atual, as gravações de cirurgias com o mínimo de edição permitem ter uma noção completa dos tempos do procedimento cirúrgico e subtraem os conflitos éticos amplamente discutidos quando das cirurgias reais ao vivo. Mas o direcionamento da câmera de foco limitado restringe o olhar do espectador ao que deseja o editor, e a experiência final acaba sendo limitada”, explica Fábio Sepúlveda.
De acordo com o urologista, a liberdade de permitir ao espetador direcionar o olhar para o que lhe interessa (posicionamento do paciente, configuração da sala cirúrgica e dos equipamentos envolvidos e execução dos movimentos do cirurgião, por exemplo) é o que ainda faz despertar o grande interesse do público médico por assistir cirurgias, ao vivo, em formatos presenciais.
Fatos que comprovam essas observações são o elevado número de inscritos em workshops com cirurgias ao vivo e listas de espera em eventos regulares desse tipo. Até o momento, não foi validado nem apresentado qualquer formato que permita uma aproximação da experiência de assistir uma cirurgia, ao vivo, em um ambiente virtual.
“Muitas ferramentas de educação continuada na área médica têm sido, gradualmente, transferidas do ambiente presencial para o virtual, e o maior exemplo deste movimento, catalisado pela pandemia da Covid-19, foi a realização dos grandes congressos de especialidades médicas em ambiente exclusivamente online. Aulas e simpósios, hoje, permitem interação direta dos palestrantes com espectadores no ambiente virtual que nada perdem, do ponto de vista educativo, quando comparadas ao modelo presencial”, analisa o urologista do HGRS.