Gilberto Gil é eleito para Academia Brasileira de Letras e passa a ser o segundo negro entre os imortais
Por maioria absoluta, com 21 votos, o baiano Gilberto Gil, 79 anos, foi eleito nesta quinta-feira (11) à cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Uma semana depois de tornar imortal a atriz Fernanda Montenegro, a ABL tem mais um ícone da cultura popular em seus quadros. A cadeira número 20 era do jornalista Murilo Melo Filho, morto em maio de 2020, e tem como patrono o médico e jornalista Joaquim Manuel de Macedo.
Gil acompanhou a votação em casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, já que uma norma da ABL proíbe que candidatos participem da sessão.
Eleito, o músico passa agora a ser o segundo negro no quadro da academia, que conta somente com o imortal Domício Proença Filho entre suas 40 cadeiras.
Trajetória brilhante
Cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor musical cuja obra se confunde com a própria música brasileira, Gil tem dois prêmios Grammy Awards, nos anos de 1998 e 2005. Ele também ganhou duas vezes o Grammy Latino, em 2001 e em 2002. Em 1999, foi nomeado “Artista pela Paz”, pela Unesco.
O namoro entre o artista e a academia é antigo. Em 1996, Gilberto Gil lançou o livro Todas as letras, sua primeira obra. A coletânea de composições o fez atender um dos pré-requisitos para que pudesse disputar um assento na ABL: ter ao menos um livro publicado.
Depois de diversas sondagens, Gil foi convidado para concorrer à vaga de Alfredo Bosi, morto em abril deste ano, aos 84 anos. O músico era próximo ao historiador da literatura brasileira e crítico de cinema e, por isto, acabou optando por disputar outro posto, o do jornalista Murilo Melo Filho.
Expoente da Tropicália e um dos principais nomes da MPB, Gilberto Gil acumula prêmios relevantes, lançou mais de 40 álbuns e está entre os artistas brasileiros mais reverenciados fora do país, com sucessos como Expresso 2222, Andar com fé, Drão e Aquele Abraço.
Em suas redes sociais, Gil agradeceu: “Muito feliz em ser eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras. Obrigado a todos pela torcida e obrigado aos agora colegas de Academia pela escolha”.
(Fonte da CNN Brasil e Portal G1)