FGM lança inscrições para Prêmio Riachão
Em homenagem a um dos mais famosos sambistas deste país, a Prefeitura, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), lança a Chamada Pública 001/2021 – Prêmio Riachão para iniciativas de pequeno porte em Salvador . O mecanismo destina o valor de R$15 mil para cada proposta artística-cultural selecionada. Para realizar a inscrição, o proponente deve acessar o site culturafgm.salvador.ba.gov.br até o próximo dia 17 de setembro.
Com recursos oriundos da Lei Aldir Blanc, o Prêmio Riachão contempla iniciativas de cunho artístico-culturais que tenham baixo orçamento e/ou curta duração. Os projetos devem ser pensados e formatados para o ambiente virtual, como as redes sociais, as plataformas audiovisuais e sonoras. O direcionamento desse modelo busca garantir a segurança sanitária dos profissionais e do público envolvido nas produções, diante da pandemia da Covid-19.
Serão selecionadas, pelo menos, 120 propostas, de pessoas físicas e jurídicas, que se enquadrem em diversas linguagens e dimensões artístico-culturais. Podem ser inscritas produções inéditas (trabalhos ainda não exibidos ao público) ou produções revisitadas, adaptadas ou continuadas (trabalhos já apresentados ao público, mas que receberão uma nova intervenção).
Pelo menos 30% das premiações desta chamada pública serão direcionadas a propostas inscritas por proponentes autodeclarados negros (pretos ou pardos). Deverão ser selecionadas ao menos quatro propostas inscritas por proponentes residentes ou sediados de cada uma das dez Prefeituras-Bairro; e pelo menos duas propostas oriundas de Comunidades Remanescentes de Quilombos de Salvador, salvo insuficiência de demanda ou inadequação das propostas às disposições da Chamada Pública, resguardados os critérios de avaliação e seleção.
Para o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, utilizar os recursos remanescentes da Lei Aldir Blanc foi uma conquista de toda a classe artística e cultural. “Vivemos um momento muito delicado na produção cultural de nosso país. Destravar todo esse montante é impulsionar toda a cadeia da cultura de nossa cidade”. Para essa Chamada Pública serão investidos R$1,8 milhão.
Reconhecimento – Em 2021, é celebrado o centenário de Riachão. Nomear o prêmio em sua homenagem é apenas um primeiro gesto para celebrar a memória do sambista, que possuía um talento reconhecido por diversos artistas da MPB, sendo que muitos deles interpretaram suas canções.
Guerreiro ainda comenta que é um orgulho lançar um prêmio que celebre a vida e a obra de um dos maiores artistas nascidos na Bahia. “Riachão foi irreverente e criativo. Seu samba foi e é ouvido, cantado e dançado por diversos públicos, é uma obra eterna. Para a gente, ele representa a força, a resiliência e a grandiosidade de nosso campo cultural”.
Para maiores informações, o proponente deve consultar o texto da Chamada Pública divulgada no Diário Oficial do Município, que está disponível também no site da FGM. Os recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc são direcionados pela Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
Sobre Riachão – Nascido no ano de 1921, em Salvador, Clementino Rodrigues completaria 100 anos no próximo dia 14 de novembro. Desde criança, o sambista já demonstrava o seu interesse na música, quando cantava em festas e batucadas com os amigos. Aos 12 anos, ele compôs a primeira canção, mas só foi aos 44 anos que ele fez sua primeira apresentação pública.
Por seu estilo bem-humorado sobre o noticiário local, ele ganhou o título de cronista da cidade. Ao todo, ele lançou seis álbuns: Umbigada da Baleia 78 (1960), Samba da Bahia (1975), Sonho de Malandro (1973), Humanenochum, CD (2000), Riachão (2001) e Mundão de Ouro (2013). Antes de seu falecimento, aos 98 anos, ele se preparava para lançar seu sétimo álbum: Se Deus quiser eu vou chegar aos 100.
Fomento à cultura – Os prêmios da Lei Aldir Blanc lançados pela FGM são mecanismos que fazem parte da política de fomento à cultura de Salvador. O principal objetivo é apoiar diretamente propostas culturais de forma democrática, descentralizada e transparente. Diante dos efeitos provocados pela pandemia da Covid-19 no campo cultural do município, esses recursos financeiros visam garantir uma renda emergencial aos trabalhadores e também manter a cadeia de produção ativa.