Festa de Santa Dulce em 2024 e investimentos para o turismo religioso
Após atrair 80 mil pessoas, a Festa de Santa Dulce dos Pobres, realizada neste mês de agosto pela Prefeitura de Salvador e Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), já tem nova edição garantida para 2024. O prefeito Bruno Reis, ao lado da superintendente da Osid, Maria Rita Lopes Pontes, e do frei Ícaro Rocha, iniciou as tratativas para a realização do evento do próximo ano, que terá estratégia de divulgação mais abrangente.
A ideia é consolidar a Festa de Santa Dulce dos Pobres no calendário religioso da cidade. “A gente vai preparar uma grande programação para o ano que vem, para podermos anunciar com máxima antecedência no Brasil e no mundo, mobilizando todos os agentes envolvidos. Agosto tem que ser o mês de Santa Dulce. Para isso, temos que ter a capacidade de fazer o que for necessário, inclusive, investindo recursos para potencializar essa festa”, afirmou o prefeito.
A iniciativa, acrescentou, também envolverá investimentos em obras de requalificação e infraestrutura, uma delas já com início imediato. Bruno Reis autorizou o início da requalificação da sala dos ex-votos do Santuário Santa Dulce dos Pobres, na Cidade Baixa, e anunciou que outros projetos já estão sendo pensados para a região.
Um deles é a oficialização do Território Santo, que vai da Basílica Conceição da Praia, no Comércio, passando pelo Santuário Dulce dos Pobres, no Largo de Roma, e entorno da Igreja dos Alagados (esta com obras de requalificação prevista para entrega ainda este ano) e Basílica do Bonfim. A Prefeitura também estuda intervenções no Largo dos Mares para tornar o local outro atrativo religioso.
Presente – O sentimento de agradecimento, fé, devoção, amor e caridade tomou conta do Centro Histórico de Salvador neste último dia do mês de agosto, com o retorno da imagem peregrina de Santa Dulce dos Pobres à Praça Municipal. A ação fez parte do encerramento dos festejos em homenagem à primeira santa brasileira. O ato teve a bênção do Frei Ícaro Rocha, do Santuário Santa Dulce, e a presença de dois ilustres convidados: a atriz Regina Braga, que interpretou o Anjo Bom da Bahia no filme Irmã Dulce (2014), e do marido, o médico Dráuzio Varella.
A iniciativa envolveu ainda a apresentação de uma réplica da Kombi Corujinha, que Irmã Dulce utilizava para resgatar as pessoas em situação de rua, na década de 1970, e que passa a fazer parte do acervo da instituição criada pela religiosa. A Prefeitura de Salvador foi presenteada com uma imagem da santa, que ficará na recepção do Palácio Thomé de Souza, no Centro.
Bruno Reis agradeceu o presente: “A gente se inspira nos exemplos de Santa Dulce, com a sua história, de conseguir enfrentar as dificuldades do dia a dia. Ser prefeito de uma capital com tantas demandas, com tantos problemas, é uma missão difícil, mas graças a Deus e à Santa Dulce temos ajudado nossa cidade a cada dia avançar mais”.
Para Regina Braga, o maior exemplo que Irmã Dulce dava era mostrar que fazer o bem sempre era possível. “Ela dava uma prova diária disso, mostrando que a gente, com todas as limitações, pode, sim, ajudar os outros. Criar o que ela criou é um grande exemplo para todos nós”, afirmou Regina Braga, relatando como foi eternizar a santa brasileira dos cinemas. “Eu fazia algumas cenas na enfermaria, convivi com pacientes dela. Ter cenas com eles é uma coisa muito especial na vida de uma atriz. Foi um presente”, celebrou a artista.
Dráuzio Varella disse que, embora ouvisse falar do trabalho que Irmã Dulce realizava em Salvador, ele não tinha profundo conhecimento das inúmeras ações que a religiosa se dedicava para ajudar a população carente. “Quando a Regina fez o filme, eu vi várias vezes e tomei conhecimento da extensão da obra de Irmã Dulce. Uma pessoa com aquela fragilidade foi capaz de construir uma coisa tão grande, abrangente, que ajuda tantas pessoas. Quem vê a obra da Irmã Dulce conclui que cada um de nós tem condição de fazer um trabalho em benefício de todos”, avaliou.
Números – Entre os dias 1º e 13 de agosto, a Festa de Santa Dulce teve como palco principal a Praça Irmã Dulce, no Largo de Roma, na Cidade Baixa, recebendo cerca de 80 mil pessoas. O evento foi considerado uma importante iniciativa de atração turística e de mobilização social, que contou com 322 artistas envolvidos.
“O balanço realmente foi muito positivo nessa primeira festa de Santa Dulce. Foi a primeira grande festa dedicada a ela após a canonização. Tivemos a revitalização da escultura de Bel Borba, a abertura do memorial provisório, galeria de Santa Dulce, que é a coisa mais linda, e também a Kombi, que agora passa a integrar a nossa instituição. Que venha 2024, com ainda mais turistas, mais bênçãos e notícias boas para a obra de Irmã Dulce”, ressaltou Maria Rita, superintendente da Osid.
Na área econômica, a Festa de Santa Dulce criou 512 postos de trabalho diretos e 1.732 indiretos, além de contar com 172 estabelecimentos comerciais envolvidos e 90 expositores na Quermesse Dulce dos Pobres e na Feira Expo Mulher. Na área social, foram promovidas 268 ações, sendo 48 missas, três procissões, uma carreata, uma motociata e uma bicicleata, além de visitação ao Memorial e Galeria Santa Dulce e oferecimento de 11 serviços à população em geral com 1.392 atendimentos realizados.
Dentre os serviços, o Castramóvel agendou 150 animais para castração e o serviço de vacinação animal imunizou 20 cães e gatos. Já a Feira Expo Mulher atraiu um público de 6 mil pessoas. A Exposição Mário Leal Ferreira recebeu mais de 2 mil visitantes e o Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (Simm) realizou 205 atendimentos.
Já a vacinação humana aplicou 82 doses contra Influenza, 75 da Pfizer Bivalente contra a Covid-19. Além disso, foram distribuídos 150 kits de saúde bucal. O atendimento jurídico orientou 70 pessoas, enquanto que a Diretoria de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Codecon) atendeu dez pessoas. O CadÚnico, por sua vez, registrou 650 atendimentos. A campanha de doação de sangue, ocorrida durante o evento, resultou em 777 bolsas doadas.