Estudantes do semiárido usam planta melão para criar sabonete que combate pulgas
Com faturamento estimado para R$68,9 bilhões, os dados divulgados pelo Instituto Pet Brasil apontam que a atuação do mercado de animais de estimação brasileiro tem previsão de crescimento anual de 14%. Entre os setores mais lucrativos, os serviços de petshop de animais de pequeno porte movimentam metade do valor deste comércio. De olho neste potencial, em Candiba, região do semiárido baiano, Ana Prado, Camille Teixeira e Larissa Oliveira, estudantes do Colégio Estadual Antônio Batista, desenvolveram um sabonete à base da planta melão-de-são-caetano, como uma possível alternativa econômica para a higiene de cachorros.
Através de estudos, as jovens pesquisadoras observaram que o extrato do vegetal tem propriedades eficazes no combate contra infestação por ectoparasitas, e que parte da comunidade local já o utilizava nos cuidados com pets. A orientadora do projeto, Luzimária Barros, que conta com apoio do também professor William Oliveira, explica que a planta, que é o principal ingrediente, elimina em torno de 90% de companheiros indesejados, como pulgas. “O sabonete mostrou maior eficiência no combate das pulgas. Em apenas um banho, notamos que os insetos e as sarnas diminuíram consideravelmente”, afirma.
Com propriedades antiparasitárias, cicatrizantes, antibióticas, antivirais e inseticidas, a planta, que diferentemente do fruto melão não pode ser consumida, possui diversos bioativos que garantem o resultado do produto. “O alcaloide, por exemplo, é um componente que tem o sabor bastante amargo nas folhas, flores e nos frutos do melão-de-são-caetano, ou seja, individualmente, essa substância já é tóxica aos invertebrados que são combatidos. Utilizada em conjunto, ela potencializa a valência do sabonete”, explica.
O projeto, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, ajuda no combate à infestação por pulgas e carrapatos, problema recorrente em cães e que pode acarretar doenças aos animais e seus tutores. De acordo com a professora, nenhum animal testado apresentou reação adversa ou efeito colateral significativo durante ou após o período de testagem. Para a equipe, essa reação comprova que a utilização do sabonete, além de ser uma alternativa promissora, contribui com a redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde dos animais e do meio ambiente.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail ascom@secti.ba.gov.br.