Encontro na Casa da Mulher Brasileira ressalta importância da união feminina para combater violências
A Casa da Mulher Brasileira, no Caminho das Árvores, recebeu a empresária e presidente do Grupo Mulheres do Brasil, Luiza Helena Trajano. É a primeira vez que a também presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza e referência nacional no quesito empreendedorismo visita um espaço referenciado como a Casa, para falar sobre Empreendedorismo Feminino e Transformação Social.
O encontro, fruto de uma parceria entre o Grupo Mulheres do Brasil, Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude de Salvador (SPMJ), Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA), foi direcionado a mulheres empresárias e gestoras que atuam na Bahia. Na ocasião, Luiza Trajano aproveitou para falar sobre a necessidade de combater as violências contra a mulher e de promover uma rede forte de apoio mútuo que possa gerar impacto social.
Como referência, apresentou o grupo no qual faz parte e convocou as soteropolitanas a se unirem à rede. “A sorte só aparece para quem está em movimento e o empreendedorismo é para quem busca. No grupo Mulheres do Brasil a gente tem dificuldade para engajar as mulheres, mas estamos criando uma cartilha para que isso aconteça de forma mais fácil. Para ter vínculos após os 50 anos, é necessário plantar antes. Por meio do grupo, as mulheres se sentem acolhidas, e nós estamos no mundo inteiro prestando serviço”, contou.
A titular da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo, explicou que a proposta do evento é fortalecer conexões entre o público feminino e apresentar a Casa da Mulher Brasileira para mulheres de negócios, de forma que elas possam promover a transformação social de assistidas pelo espaço. “A gente sabe que para o rompimento do ciclo de violência é muito importante que as mulheres tenham autonomia econômica. Diante deste movimento é que entra a discussão de hoje sobre empreendedorismo e empregabilidade. Por isso nos reunimos para fortalecer a política pública de atenção à mulher na cidade”, afirmou.
Durante a fala, a presidente do Grupo Mulheres do Brasil na Bahia, Isabel Guimarães, destacou o papel social que o grupo tem buscado desenvolver para colaborar com o fortalecimento de mulheres não apenas de Salvador, mas de todo o país. “Este dia significa uma resposta a trabalho, união e capacidade de rede. É uma RR, ou seja, Resposta e Responsabilidade, pois à medida em que a gente vai se ampliando, a nossa responsabilidade também vai aumentando”, afirmou.
Dignidade – A diretora do Departamento de Proteção à Mulher Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV) da Polícia Civil, delegada Patrícia Barreto Oliveira, destacou o papel de iniciativas como esta no combate à violência contra a mulher. “É importante para a pauta de mulheres, especialmente para a gente que trabalha com a repressão e enfrentamento à violência, que esse evento ocorra. Precisamos fazer com que essas mulheres que estão na espiral de violência tenham oportunidades”, pontuou.
A delegada também aproveitou para solicitar que as gestoras das empresas estejam atentas e auxiliem as funcionárias que estiverem em situação de violência para romperem este ciclo. “Se alguma delas tiver algum problema, nos procurem, ajudem a tirá-las dessa situação. Somos mulheres trabalhando para mulheres e cuidando de mulheres. A gente não quer só fazer repressão criminal, mas quer que essa mulher volte a ter vida decente, digna, e isso a gente conta com vocês”, completou Patrícia.
A secretária de Políticas para as Mulheres do Estado em exercício, Aldinha Sena, fez uma reflexão sobre os processos históricos de luta das mulheres. “Como historiadora não consigo pensar que estamos fazendo uma revolução silenciosa sem pensar em quantas vozes foram silenciadas para que estivéssemos aqui hoje. Assim, precisamos dar voz às nossas ancestrais. Trabalhamos como formiguinhas, juntas, e nenhuma dificuldade pode levar a gente a esquecer de que nós precisamos agir enquanto corpo, pois quando a mulher é violentada ou excluída do mercado de trabalho, todas as mulheres sofrem. Precisamos honrar nossas ancestrais fazendo o nosso trabalho e nosso propósito todos os dias, e contamos com todas vocês”, finalizou.