Documentário “Ruas da Discórdia” será lançado nesta sexta

O documentário Ruas da Discórdia, dirigido pelo feirense Gean Almeida e produzido pela mídia preta independente Raízes TV, será lançado no dia 16 de outubro (sexta), às 19h, no canal da Raízes TV (Youtube). A obra, que tem financiamento do Governo do Estado da Bahia pelo mecanismo: Fundo de Cultura da Bahia e do Ato Convocatório: Setorial de Audiovisual 2019 – FCBA – 2/2019, mergulha em dois cenários icônicos de investigação urbana: Salvador, primeira capital do Brasil, e Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, com a proposta de refletir acerca da representação dos nomes de rua e das personalidades “escolhidas” para identificar os espaços urbanos. O curta documental desdobra seus impactos para a história sócio política brasileira e também os seus reflexos na atualidade.

De acordo com o diretor da obra, “os nomes das ruas, ladeiras e avenidas foram o fio condutor para recontarmos a história do Brasil através do resgate da memória de um passado remoto, com o intuito de causar uma mudança nessa estrutura racista que elege algozes para homenagear e inviabiliza a história do povo . A ideia de produzir uma obra audiovisual sobre os nomes das principais ruas de Salvador e Feira de Santana surgiu por não nos sentirmos representados em ter um espaço público identificado por nomes de personalidades que, em geral, têm em suas biografias, a mancha do sangue das vidas que ceifaram em diferentes contextos históricos brasileiros.”

Para promover o debate e uma proposta de mudanças práticas nos nomes de algumas ruas, a obra reúne depoimentos de personagens sociais de Feira de Santana e Salvador. Além da reflexão sobre as relações étnico-raciais, de gênero e classe na construção toponímica das duas cidades, o curta documental aproveita de elementos da cultura afro-baiana e de recursos como animações e imagens de arquivo para evidenciar o espaço urbano das cidades de Salvador e Feira de Santana. “Vamos utilizar desses conhecimentos históricos para refletir sobre a tentativa de apagamento da nossa história e cultura e a atual conjuntura baiana e brasileira, à luz da sua história, gerando oportunidade de reconstrução da memória histórica das cidades e do País, com a intenção de provocar mudanças nas estruturas e suscitar interesse na população para que busque e aprenda mais sobre a sua própria história”, avalia o cineasta.

Com o objetivo de estimular a universalização do acesso às obras audiovisuais e não limitar e excluir uma grande parte da população brasileira, o documentário conta com recursos de audiodescrição (AD), LIBRAS e Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE).

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