CadÚnico Itinerante realiza cadastro para pessoas LGBTs
A segunda edição do CadÚnico Itinerante LGBT+ está oferecendo serviços de inscrição e atualização do cadastro único, no Observatório Permanente da Discriminação Racial e LGBT+, na Rua Carlos Gomes, no Centro. A ação acontece até quinta-feira (31), das 9h às 12h e das 13h às 17h.
O objetivo é identificar pessoas LGBT de baixa renda, em Salvador, para possível inclusão em programas de assistência social e redistribuição de renda. São atendidas cerca de 25 pessoas por dia. A inscrição no Cadastro Único permite o acesso a benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, Casa Verde e Amarela, Bolsa Verde, Tarifa Social de Energia Elétrica, além de carteira do idoso, ID Jovem e o Vale Gás.
O CadÚnico Itinerante LGBT+ é realizado pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), em parceria com a Secretaria Municipal da Reparação (Sempre). Para o atendimento, é necessária a apresentação do RG, CPF e comprovante de residência.
O gerente do serviço, Tiago Batista, explicou que a ação reforça a política centralizada de combate à LGBTfobia, promovendo reparações. “A ideia é dar a esta população mais acessibilidade aos benefícios sociais. O CadÚnico Itinerante oportuniza o acesso a pessoas, que por alguma circunstância, não se sentem à vontade para procurar alguns espaços”, explicou.
O coordenador do Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida Bruno, Marcelo Cerqueira, disse que a ação promove a cidadania e a inclusão do público LGBT soteropolitano. “O centro tem feito todo o esforço possível, não somente para mobilizar pessoas, mas para incentivar a utilização dos serviços ofertados. Nesses espaços, o público adentra com maior autoestima, feliz porque sabe que é um lugar dedicado ao atendimento dele”, destacou.
Segurança – O estagiário Diego Lima, de 28 anos, compareceu à iniciativa para atualização do CadÚnico. “Infelizmente, somos julgados o tempo inteiro pela nossa orientação sexual, cor, roupa e forma de expressão. Tudo é motivo para que a sociedade nos aponte, por isso, muitas vezes, deixamos de acessar benefícios, que são direito de todo cidadão”, afirmou.
Segundo Lima, com atendimento voltado para o público específico, “distante de piadinhas e expressões pejorativas e com a tratativa correta, nos sentimos muito mais acolhidos, seguros e confortáveis”, revelou.
A zeladora Sarity Marques, de 43 anos, ao realizar a inclusão do CadÚnico, também destacou a segurança e acessibilidade do serviço. “O acesso é facilitado por estar sendo ofertado dentro de um ambiente em que a gente se sente acolhido e seguro, longe dos olhares julgadores”, concluiu.