BTCA volta a cartaz com “Viramundo”, espetáculo que homenageia os 80 anos de Gilberto Gil

Depois de uma temporada de estreia com ingressos esgotados no mês de julho, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) volta a cartaz com “Viramundo”, espetáculo que celebra os 80 anos de Gilberto Gil. As novas apresentações acontecem, nesta sexta e sábado, dias 28 e 29, às 20h, na Sala Principal do Teatro Castro Alves. Ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria do TCA ou pela plataforma Sympla.

Inspirado pela riqueza da obra deste imortal baiano, a companhia oficial de dança da Bahia, sob direção e criação coreográfica de Duda Maia, se une à Orquestra Afrosinfônica, regida pelo maestro Ubiratan Marques, para colocar no palco uma montagem de beleza em dança e música.

Todo o elenco do BTCA está em cena, ressoando as danças que Gilberto Gil, em sua figura e em sua produção, desperta em seus corpos. Um roteiro musical dançado – ou um roteiro de dança musicada – nasce do acordo criativo entre Duda e Ubiratan.

Na conexão entre ancestralidade e futuro, raízes e profecias, sertão e litoral, ecologias e tecnologias, despontam a diversidade, a atemporalidade, a generosidade. Com e na diferença, evidenciando os potenciais de artistas da dança de gerações, formações e experiências variadas, um olhar democrático de criação evoca a autenticidade e a espontaneidade do movimento. Acolhimento que se reflete em pertencimento, beleza, abraços, muitos abraços. Gilberto Gil é vida e festejo num palco onde todos e todas se divertem. Dança que quer ser Gil. Música que não existe sem Gil.

“Mais do que transformar a obra de Gil em dança, a ideia foi de apropriar a musicalidade de Gil e produzi-la com o corpo. Achar essa dança Gil, esse corpo Brasil, que é futurista, que é ciência, que é sertão, que é Tropicália, que é fala, que é protesto, todos esses elementos que estão muito fortes no caminho que Gil traçou. Essa foi a grande aventura: trazer uma assinatura de cada corpo dançante a partir da pesquisa da musicalidade e do conteúdo desse ícone, esse rei”, revela Duda Maia, que conduziu uma verdadeira imersão com o BTCA durante dois meses de processo criativo.

“Perseguimos uma obra essencialmente brasileira, e a textura, a qualidade de movimento, quer trazer o espectador para dentro da cena. Diminuímos a distância entre quem vê e quem está no palco”, completa a diretora.

Para a criação da trilha sonora original, nascida dos embriões que Gil inventa e ecoa, Ubiratan Marques se baseou em três movimentos de percepção da obra do homenageado: o 1º movimento, Sertão; o 2º, Tropicália; e o 3º, Expresso 2222.

São sonoridades que representam sua leitura e remetem às características próprias de Gilberto Gil, misturadas a trechos de suas canções em novos arranjos. A Orquestra Afrosinfônica ocupa o palco junto com a companhia de dança, movendo e cantando juntos.

“A Orquestra Afrosinfônica é exatamente o que Gilberto Gil falou sobre a Oralidade dos Sertões ao lado dos letrados clássicos da Academia Brasileira de Letras. Acredito que é dessa forma que apresentamos ‘Viramundo’ ao lado do BTCA para nosso povo”, atesta o maestro.

Idealizadora do projeto, Ana Paula Bouzas, diretora artística do BTCA, descreve: “Ter a obra de um artista da magnitude de Gilberto Gil como inspiração é um presente. É poder celebrar em vida um brasileiro da dimensão humana, artística e política de Gil num país que vem demonstrando a cada dia a necessidade pungente de afirmar a verdadeira história de sua construção sociocultural e o que somos a partir disso. O Brasil de Gil é um Brasil de fundamento, horizontal e profundamente gigante, democrático, sertanejo e urbano, ancestral e futurista”.

Ana Paula também afirma que é isto que ela vê como um dos propósitos de um corpo artístico público: “Ao levarmos à cena a imensa riqueza da produção de Gil através de outras linguagens, e tudo o que ela é capaz de gerar e ecoar nos corpos envolvidos, nós dizemos mais uma vez do poder da arte, do que ela inspira, transforma e revoluciona”, detalha.

No elenco de intérpretes-criadores, estão Adriana Bamberg, Agnaldo Fonsêca, Ângela Bandeira, Cristian Rebouças, Dayana Brito, Dina Tourinho, Douglas Amaral, Evandro Macedo, Fátima Berenguer, Fernanda Santana, Gilmar Sampaio, Jai Bispo, Joely Pereira, Konstanze Mello, Lílian Pereira, Luís Molina, Luíza Meireles, Maria Ângela Tochilovsky, Mirela França, Mônica Nascimento, Paullo Fonseca, Renivaldo Nascimento (Flexa II), Rosa Barreto, Ruan Wills e Solange Lucatelli.

RECEPÇÃO DA OSBA – A camerata Quarteto Novo, da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), formada por André Becker (flauta), Margareta Cichilova (violino), Djalma do Nascimento (violoncelo) e Paco Garcés (viola), irá recepcionar o público no Foyer da Sala Principal do TCA, das 19h20 às 19h50, com um repertório de música popular brasileira em arranjos para sua formação instrumental, incluindo músicas de Gilberto Gil.

VIRAMUNDO
Quando: 28 e 29 de outubro de 2022 (sexta e sábado), às 20h
Recepção da camerata Quarteto Novo da OSBA: 19h20 às 19h50
Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), filas A a Z11
Classificação indicativa: 12 anos
É terminantemente proibida a entrada após o início da sessão
VENDAS
Os ingressos para o espetáculo podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Castro Alves (informações em www.tca.ba.gov.br/oteatro/servicos/bilheteria) ou no site e aplicativo da Sympla (www.sympla.com.br).

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