Comitê discute em Queimadas gestão sustentável das barragens na Bacia do Rio Itapicuru

Discutir os desafios e soluções para a gestão das barragens de abastecimentos e rejeitos da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru foi a pauta do seminário realizado pelo Comitê do Rio Itapicuru (CBHI), no município de Queimadas. Com uma programação diversificada, o evento realizado entre 16 e 17 de maio serviu como um importante fórum para a discussão de estratégias e soluções para a gestão sustentável das barragens na região, promovendo um diálogo aberto e construtivo entre todos os envolvidos.

Representando o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Thamires Gomes destacou que o seminário vinha sendo planejado há algum tempo. “Esperamos que este evento facilite o diálogo sobre a gestão das barragens, permitindo um entendimento mais profundo de como elas são geridas”, disse ela. Gomes pontuou ainda que o Inema atua sempre em parceria com os comitês para promover uma gestão ambiental descentralizada, com efetiva participação social.

“Os comitês possuem um papel estratégico. Podemos mostrar que a Gestão Ambiental da Bahia, por meio do Sistema Estadual do Meio Ambiente (Sisema), trabalha em conjunto para discutir, de forma transparente, as demandas relacionadas aos recursos hídricos na bacia”, afirmou a coordenadora da Secretaria Executiva dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Inema.

Para o Presidente do CBHI, Richard Silva, o seminário é uma “demanda antiga do comitê, que necessita discutir essa temática, principalmente relacionada à segurança das barragens de abastecimento e rejeitos existentes na bacia hidrográfica do rio Itapicuru”. Ele também destaca o envolvimento dos prefeitos e secretários nessas discussões, ressaltando que “quando se fala em gestão municipal, saúde ou educação, o meio ambiente é transversal e envolve todos esses aspectos”.

Uso da água em pauta

Um dos pontos altos do evento foi a palestra do professor Gustavo Negreiros, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que abordou a importância das barragens para o abastecimento de água, especialmente no semiárido. Ele explicou que, apesar da presença de água no planeta, a quantidade disponível para consumo é bastante limitada e mal distribuída. Por isso, a interconexão das barragens forma um sistema essencial para a sobrevivência, sendo crucial compreender essa dinâmica para que a população valorize e proteja esse recurso.

“No semiárido, onde vivemos, a água é escassa, apesar da grande concentração populacional. Portanto, as barragens são fundamentais. Funcionam como reservatórios, armazenando água durante os períodos de chuva para uso durante a seca, garantindo acesso à água mesmo em tempos de escassez,” afirmou Negreiros.

O professor enfatizou ainda a necessidade de uma gestão consciente da água: “Cada gota utilizada deve ser vista como parte de um ciclo contínuo. A água que usamos diariamente, seja para beber, lavar ou outras atividades, faz parte de um sistema interconectado. A água de uma barragem em uma região pode acabar sendo utilizada em outra, mostrando a importância da cooperação e gestão eficiente dos recursos hídricos”.

Para a professora Maria Costa, do Colégio Estadual Analdino Brito, foi gratificante participar da discussão realizada no município, especialmente para os estudantes, que são agentes de mudança na sociedade. “Temos um rio que é essencial para a nossa cidade e toda a região, sendo vital para as famílias que dependem dele. Precisamos assumir responsabilidades e fazer cobranças para garantir a proteção e a preservação desse recurso tão importante,” ressaltou a professora.

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