Bahia implementa prática inédita no país de cuidados paliativos em 14 hospitais
Atendimento médico humanizado para pacientes e famílias que estão enfrentando as dificuldades e sofrimentos próprios de doenças que exigem tratamentos de alta complexidade. Esse é o objetivo da prática dos Cuidados Paliativos, que está sendo implantada na Bahia pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) de forma pioneira no Brasil. A abordagem é voltada para o controle de sintomas, dando mais conforto e qualidade de vida, e funciona em conjunto com o tratamento padrão de qualquer enfermidade que ameace a continuidade da vida.
Um dos responsáveis pela elaboração do projeto, o médico Franklin Santana, explica que, na prática dos cuidados paliativos, o paciente é compreendido como um todo. “Levamos em conta aspectos que vão além do quadro de saúde, questões pessoais, crenças, religiosidade e tudo mais que possa fazê-lo se sentir quem ele é como pessoa e não apenas como um número de leito. Essa proposta está sendo realizada em 14 hospitais atualmente. Inicialmente, o foco eram unidades que fossem referência Covid-19, mas agora ampliamos a oferta para outras unidades e pacientes com outras doenças graves”, afirma o médico.
Em cada um dos hospitais foi montada uma equipe multiprofissional, com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e fisioterapeutas. Por meio do programa de educação continuada, os profissionais foram capacitados para tratar sintomas físicos como dor, náuseas, insônia, falta de ar, dentre outros, além de solucionar questões envolvendo bioética e tratar das necessidades emocionais, sociais e espirituais do paciente e de sua família.
Franklin Santana acrescenta que uma dos atividades mais difíceis para os profissionais que assistem o doente terminal é compreender, respeitar e dar sentido ao sentimento oriundo da perda iminente da vida. Por isso, é importante instrumentalizar as equipes de assistência a fim de realizar os cuidados pertinentes e de excelência em um momento tão delicado na existência do ser humano, que é o fim de vida. “Para o paciente enfrentar bem a morte, é essencial sentir-se bem com tudo aquilo que diz crer. Por isso, é importante instrumentalizar as equipes que dão assistências aos pacientes.”.
A prática está implantada em Salvador, nos hospitais Espanhol, Ernesto Simões Filho, do Subúrbio e Instituto Couto Maia (Icom); em Feira de Santana, no Clériston Andrade; e em Vitória da Conquista, no Hospital Geral; além do Hospital Regional da Chapada, em Seabra; Hospital Luís Eduardo Magalhães, em Porto Seguro; Hospital Prado Valadares, em Jequié; Hospital do Oeste, em Barreiras; Hospital Geral de Ipiaú; Hospital Regional de Irecê; Hospital Regional da Costa do Cacau, em Ilhéus; e Hospital Regional de Juazeiro. Nas unidades já foram avaliados 226 pacientes com idade entre 20 e 103. A expectativa é a iniciativa seja aplicada em outras unidades em breve.