FGM leva programação especial à Flipelô 2021
A Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), levará uma programação especial para a Flipelô 2021, que começa nesta quarta-feira (17) e segue até o domingo (21). Realizada pela Fundação Casa de Jorge Amado, a edição deste ano homenageia o escritor alagoano Graciliano Ramos. Nesses dias, as Gerências de Equipamentos Culturais e a de Bibliotecas e Promoção do Livro e Leitura abrem as portas das Casa do Benin e Casa Kaê Erê (Casa Amarela) e prometem agitar com um verdadeiro Festival da Cultura AfroSertaneja.
Como destaque principal deste ano, a programação da FGM na Flipelô foi desenhada pelo convidado especial, Vitório Emanuel, que é ator, diretor, professor e, também, será o mestre de cerimônias das duas casas. Emanuel vai participar das atividades/programação, caracterizado de personagem inspirado na figura sertaneja, realizando intervenções teatrais e poéticas sempre vinculadas ao tema do evento.
A Flipelô também conta com o apoio institucional da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Superintendência de Trânsito e Transporte (Transalvador), Guarda Civil Municipal (GCM), Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis), Prefeitura-Bairro Centro/Brotas e Empresa Salvador Turismo (Saltur).
Casa do Benin – Já no quinto ano consecutivo na Flipelô, a Casa do Benin voltará a ser palco de uma intensa programação elaborada especialmente para a edição 2021. Entre atividades previstas para os cinco dias de evento, estão a Ocupação Ani é 10, exposição com textos e imagens de Nelson Maca; o Ponto de Encontro da Balada Literária da Bahia; o projeto Conexões Transatlânticas, com rodas de conversa sobre a Casa do Benin e suas memórias afrofuturistas; e as rodas de conversa das editoras Organismo e Segundo Selo.
Outro destaque do evento é o sabor da culinária afrosertaneja trazida pelo Ajeum da Diáspora e Culinária Musical. Apresentações musicais, performances poéticas, lançamentos de livros e autógrafos também integram a programação.
“A diversidade e amplitude das programações que a Casa do Benin vêm, a cada ano, abarcando prioritariamente as literaturas e outras expressões culturais ditas negras, periféricas, marginais e dissidentes, e tem reafirmado este como um dos espaços mais negros da Flipelô”, afirma Chicco Assis, gerente de Equipamentos Culturais da FGM, que assina a curadoria juntamente com o produtor cultural Igor Tiago.
Toda a programação terá acesso gratuito e formato híbrido, com capacidade limitada de público nas atividades presenciais para evitar aglomeração, e uma parte transmitida nas páginas da Casa do Benin no Instagram (@casadobenin) e YouTube (www.youtube.com/casadobenin). Quem quiser participar das oficinas, basta fazer a inscrição pela página da instituição no Instagram.
Ani é 10 – O público que for presencialmente ao espaço, das 10h às 16h, poderá visitar o acervo da Casa do Benin, exposto permanente na Galeria Pierre Verger, e Ocupação Ani é 10, exposição temporária que destaca textos e imagens do escritor Nelson Maca (BA) e que será aberta na quarta (17), às 15h. Na ocasião, acontece o lançamento do livro que inspira a ocupação com a presença do autor e do ilustrador Alexandre de Maio (SP) para autógrafos e participação do Mestre Jorjão Bafafé (BA).
A Ocupação Ani é 10 realiza mais duas atividades com o ilustrador Alexandre De Maio. Quinta e sexta (18 e 19), das 14 às 17h, o artista ministra a Oficina Jornalismo em Quadrinhos, com inscrições gratuitas. Também na sexta (19), às 18h, De Maio participa de bate-papo com o anfitrião Nelson Maca, sobre Animação 2D e 3D em videoclipes e produções audiovisuais.
Balada Literária – A Balada Literária, criada pelo escritor pernambucano Marcelino Freire, em sua 16ª edição, transforma o Pátio da Casa do Benin no Ponto de Encontro para que os baladeiros soteropolitanos possam assistir e fazer resenhas de parte da programação do evento que acontece simultaneamente em São Paulo e no Piauí. No sábado (20), às 15h30, será exibida a roda de conversa: Direito Irrestrito à Literatura – Wellington Soares (PI) conversa com Dr. Samuel Vida (BA), Dra. Andreia Beatriz (BA) e Kassiane Schwingel (RS).
Às 18h, será exibida a roda de conversa Conto Literário Indígena – Mayra Sigwalt (RJ) conversa com Gleycieli Nonato (MS) e Lia Minapoty (AM). Às 19h30, acontece a exibição do Conexão Brasil-Moçambique: Sarau Bem Black, em Salvador, na Bahia, dialoga com o Poetas D’Alma, em Maputo.
Ainda no sábado, às 20h30, acontece a exibição do documentário sobre a trajetória de Vera Lopes (RS/BA), homenageada da Balada Literária da Bahia, com a roda de conversa Performance Negra – Cinema, Teatro e Poesia. Na oportunidade, Jessé Oliveira, do Grupo Teatral Caixa Preta (RS), Jorge Washington, do Bando de Teatro Olodum (BA), e a cineasta Day Rodrigues (SP) conversam com Vera Lopes (BA). Também haverá exibição do Show “Barca Ijexá” – Mestre Jorjão Bafafé (BA).
Reconexões Transatlânticas – Em parceria com o Consulado da França em Recife, acontecem duas rodas de conversa do projeto Reconexões Transatlânticas – A Casa do Benin em Memórias do AfroFuturo, sempre às 11h. Na quinta-feira (18), a conversa vai ser com Auríbio Farias (PE), Andrea de Britto (BA), José Eduardo (BA), com mediação de Jamile Borges sobre (Re)Pensando Acervos: Memórias e Preservação. Serão apresentadas as publicações: – Nkaringana: objetos e histórias em trânsito (Intervalo Fórum de Arte) e A Casa do Benin na Bahia: projetos, memórias e narrativas (Memórias Situadas).
Na sexta (19), será a vez (Re)Pensando a Produção Cultural Afrodiaspórica: (Afro)futuro ao Contemporâneo. Os participantes são Marielson Carvalho (BA), Vércio Gonçalves (BA) e Adéchina Wenceslas Padonou (BEN), com mediação de Goli Guerreiro (BA). As conversas terão comentários em francês do professor Ferréol Bah (BEN).
Ciclo de conversas – Na tarde de quinta (18), é a vez de um ciclo de conversas organizado pelas editoras Organismo e Segundo Selo. Às 14h, o tema “Os Mil Mundos da literatura infantil” será abordado pelos escritores Rodrigo Araújo (BA), Jaqueline Santana (BA) e Fernanda Oliveira (BA), com mediação de Lorena Ribeiro (BA). Às 15h30, a Coleção das Pretas tratará sobre Processo criativo e escrita de mulheres negras, com Kota Gandaleci (BA), Camila Carmo (BA) e Vânia Melo (BA), com mediação de Silvana Carvalho (BA).
Às 17h, o Na Encruza abrirá o debate para a Teoria na encruzilhada: multiplicidades políticas e epistêmicas no pensamento negro afrodiaspórico, com Tatiana Nascimento (BSB), Osmundo Pinho (BA) e Henrique Freitas (BA). A mediação fica a cargo de Jorge Augusto (BA).
Por fim, às 18h, acontece um momento de lançamentos coletivos com autores baianos que estarão presentes para a sessão de autógrafos. Entre eles estão Monia da Hora, Rodrigo Araújo, Jaqueline Santana, Coleção Rabiscos e Marcelo Ricardo.
Culinária – Um dos momentos de destaque da programação da Casa do Benin, a culinária esse ano integra a Rota Gastronômica Especial da Flipelô. Na quinta (18), às 13h, acontece a Oficina de Culinária Afro Sertaneja com Jorge Washington (BA), do Culinária Musical. O afrochefe vai ensinar a fazer Baião Sertanejo (carne de fumeiro, feijão fradinho e queijo coalho). Já na sexta (19), às 13h acontece a Oficina de Culinária Afrodiaspórica (Benin). A afrochef Angélica Moreira (BA), do Ajeum da Diáspora, ensinará a fazer “Calulu de peixe com Fufu”.
No sábado (20), às 12h, Angélica retorna com o Ajeum da Diáspora para servir um cardápio afrosertanejo: cuscuz de fumeiro de entrada, e frango caipira com pirão ou guisado de carneiro com feijão de corda como prato principal (R$60). Acontece ainda Performance Poética de Vera Lopes (BA), que convida Lúcia Santos (BA) e Luiza Gonçalves (BA), e apresentação musical de Aloísio Menezes (BA).
Já no domingo (21), também às 12h, o Culinária Musical com Jorge Washington servirá a maxixada de carne de fumeiro (R$60), com apresentação musical de Dão e participação de Irma Ferreira, além de apresentação de poesia com Fábio Mandingo.
Casa Kaê Erê (Casa Amarela) – Participando pelo segundo ano da Flipelô, a Casa Kaê Erê (Casa Amarela) consolida-se como um espaço voltado para leitura e literatura infanto-juvenil durante três dias com atividades pensadas e elaboradas para a criançada. O ator e diretor teatral João Lima traz o Palhaço das Letras, na sexta-feira (19), às 16h, para contar história e interagir de maneira lúdica com a criançada. Nesse mesmo dia, acontece também a apresentação da história do livro Menina bonita com laço de fita.
Era uma vez… uma tarde de sábado (20) será dedicada à contação de histórias na Casa Amarela. Nesse dia, às 14h, a criançada pode conhecer Calu – uma Menina Cheia de História, sendo contada pela própria autora, a atriz, museóloga e escritora Cassia Vale. Ela vai narrar a trajetória dessa menina negra, que procura uma forma de transformar o bairro em que mora em um museu a céu aberto.
Nesse mesmo dia, além de ouvir histórias, as crianças podem fazer história e arte, às 16h, com a oficina Faça sua Boneca. O pessoal do Grupo Amora Brinquedos Afirmativos vai ensinar a fazer as bonecas Abayomi, e depois, é possível levar a própria criação para casa e contar suas próprias historinhas.
No domingo (21), às 14h, o Grupo Amora Brinquedos Afirmativos promove uma outra atividade, a Oficina Amora Tons de Pele, onde apresenta a coleção de giz de cera com escala em tons de pele negra. Após a apresentação, as crianças recebem um desenho e os lápis de cera Tons de Pele, para colorir de acordo com a sua imaginação e com mais opções de colorimetria.
O grupo História de Raiz vai fazer aquele som, às 16h do domingo (21), encerrando a programação da Casa Kaê Erê na Flipelô 2021. Com a Apresentação Musical Interativa, o grupo vai contar e cantar a história da matriz africana na Bahia.